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Economia Banqueiros explicam por que os juros ao consumidor no Brasil não caem

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Selic está atualmente em 7,75% ao ano. (Foto: Marcello Casal/Agência Brasil)

A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) diz que é preciso reduzir impostos e modernizar leis para baratear juros nas transações bancários no país. Durante seminário “Precisamos falar sobre juros”, organizado pela Febraban e pelos jornais O Globo e Valor Econômico, Murilo Portugal, presidente-executivo da instituição, explica que só a redução da Selic não é suficiente. As informações são do jornal O Globo.

Para reduzir juros, precisamos trabalhar juntos para reduzir custos da atividade de emprestar e para aumentar a concorrência no setor. Somos 100% a favor de aumentar a concorrência, mas só isso não basta. Se tivéssemos um sistema de concorrência perfeita, estaríamos reduzindo R$ 9 reais em cada R$ 100 que são pagos por juros. Neste exemplo, R$ 9 é o que fica com os bancos. Os outros R$ 91 são para cobrir custos. É preciso modernizar leis e reduzir impostos e custos.”

Embora a Selic tenha caído mais da metade em três anos, atingindo o piso histórico, de 5,5% ao ano, os outros custos envolvidos no processo de emprestar dinheiro seguem mantendo os juros bancários elevados, alega o presidente-executivo da Febraban.

Por exemplo, se o preço do aço cair 60%, o preço do automóvel não vai cair 60% porque ele também é feito com outros materiais. A lógica pode ser transportada para os juros. Embora a Selic caia, os juros bancários também são influenciados por tributos do governo, despesas operacionais, inadimplência, entre outros”, ressalta Portugal.

Acesso à informação

Sérgio Werlang, presidente do Conselho de Administração do Instituto de Matemática Pura e Aplicada, aposta no Cadastro Positivo como uma ferramenta para reduzir juros. Em vigor desde julho deste ano, a lei que determina a inclusão automática de consumidores (tanto pessoas quanto empresas) em uma base de dados com operações de crédito e pagamentos.

O Cadastro Positivo reduz a assimetria de informações. Com as instituições financeiras conhecendo melhor o cliente, o impacto no spread bancário (diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e o que eles de fato cobram de seus clientes) é factível”, avalia Werlang.

Apesar também acreditar no impacto positivo do cadastro, Márcio Nakane, professor do departamento de Economia da USP, diz que o efeito ainda é apenas uma situação teórica: “O que sabemos é por base em estudos antigos ou em modelos de outros países. Entretanto, com o acesso ao histórico de pagamentos do cliente, tanto em questões do cotidiano quanto nas compras do cotidiano, tende a contribuir para uma redução dos juros.”

Medida para reduzir spread bancário

Além da redução da taxa básica de juros (Selic) e de modernização das leis, a execução das garantias dos empréstimos também são apontadas como uma medida para que o spread bancário (diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e o que eles de fato cobram de seus clientes) seja reduzido.

Rubens Sardenberg, economista-chefe da Febraban, destaca que, caso a garantia do empréstimo fosse executada pouco tempo após a inadimplência, os juros cobrados nos empréstimos poderiam ser mais baratos.

Para quem perde a garantia, é ruim. Mas, para os outros que pagam suas obrigações em dia, é melhor. Nos Estados Unidos, por exemplo, financiamento imobiliário tem taxa baixíssimas. Lá, o mercado funciona bem, mas eles são implacáveis. Se o tomador do empréstimo não paga a dívida, a recuperação da garantia é muito rápida.”

José Júlio Sena, ex-diretor do Banco Central e PhD em Economia pela Johns Hopkins University, reforça a importância da educação financeira para reduzir o nível de inadimplência.

No Brasil, o Banco Central tem feito programas para debater a educação financeira, e ter esta consciência é muito importante. A pessoa precisa saber que não pode dar um passo maior que a perna. A educação financeira contribui para que a pessoa se organize e miniminize o risco de ficar inadimplente.”

Entrada das fintechs no mercado

A entrada das fintechs no mercado brasileiro também é apontada como uma alternativa que pode contribuir para que os juros bancários sejam reduzidos no Brasil.

Claudia Eliza, sócia da PwC e líder do escritório do Rio de Janeiro, destaca que estas empresas de tecnologia podem aumentar sua participação no mercado local ao passo em que a autoridade monetária continue atualizando as regulamentações para propiciar esta expansão:

Para que as fintechs atuem, é preciso de atualização nas regulamentações, como o Banco Central tem feito. Com as mudanças nas regulamentações, as pessoas tendo mais acesso à informação financeira e as fintechs trabalhando com tecnologia para precificar o risco, é possível que o custo de inadimplência seja reduzido.

 

 

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