Domingo, 06 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 3 de novembro de 2019
Brizola Neto, do PCdoB e ex-ministro do Trabalho de Dilma Rousseff, não terá o apoio do próprio irmão à prefeitura do Rio. O vereador Leonel Brizola, do PSOL, subirá no palanque do deputado federal Marcelo Freixo, do mesmo partido.
Em nota, Leonel ressalta que Freixo “representa o pensamento brizolista na defesa da escola pública, escola do povo e na pauta dos direitos humanos, lutas fundamentais para combater a desigualdade e a injustiça social”. E mais: “A candidatura (de Freixo) está empenhada na unidade do campo democrático e progressista, o Rio de Janeiro como trincheira de resistência contra o desmonte do Estado nacional”.
Leonel Brizola se manifestou após entrevista de Brizola Neto. Nela, o ex-ministro criticou Freixo: “Ele ainda não pôs um programa para o Rio”. Freixo disputará a indicação do PSOL com o vereador Renato Cinco.
Na sexta-feira (8), Brizola Neto participará de um evento em parceria com a deputada estadual Martha Rocha, do PDT, e o deputado federal Alessandro Molon, do PSB. Os dois também são pré-candidatos a prefeito. Freixo, que tenta unir a esquerda em torno de seu nome, não foi convidado para o debate.
Brizola Neto rebateu: “É compreensível o esforço do meu irmão Leonel em tentar aproximar o PSOL do legado brizolista. Entretanto, todos sabem que o PSOL sempre negou o trabalhismo, nunca defendeu projeto nacional e muito menos os CIEPs. Ao contrário, na última eleição, seu candidato a governador Tarcísio Motta chegou criticar as escolas de tempo integral de Brizola e Darcy, dizendo que se tratava de uma escola muito cara, esquecendo como dizia Brizola que caro mesmo é o custo da ignorância”.
Juliana Brizola, deputada estadual no Rio Grande do Sul, é a única da família que continua no PDT, partido criado pelo avô, falecido em 2004. Ela, aliás, é pré-candidata à prefeitura de Porto Alegre no ano que vem. E irmã gêmea do vereador Leonel Brizola. O ex-ministro Brizola Neto e o parlamentar deixaram a legenda após desentendimento com Carlos Lupi, presidente nacional do PDT.
Brizola
Como prefeito de Porto Alegre, eleito em 1955, Brizola estreitou sua relação com a educação ao promover a criação de colégios de turnos tradicionais na capital gaúcha, prática que continuou, em nível estadual, quando se tornou governador em 1958. Com o lema “Nenhuma criança sem escola no RS”, foram construídas cerca de 5,9 mil escolas primárias sob sua regência.
Durante seus dois mandatos como governador do Rio de Janeiro (1983 a 1987 e 1991 a 1994), no entanto, sua preocupação foi outra. Brizola pôs em prática seu projeto de maior repercussão na educação, os Cieps, acompanhado pelo antropólogo Darcy Ribeiro, autor da pedagogia do plano, e pelo arquiteto Oscar Niemeyer, criador da planta dos prédios. Os Cieps eram escolas de ensino integral, que contavam com salas de aula, refeitórios, ginásios poliesportivos, bibliotecas, alojamentos e assistência médica e odontológica.