Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 14 de novembro de 2019
De qualquer lado que você vier, as montanhas de pedra marrom, no horizonte de uma estrada sem fim, são o primeiro sinal de proximidade do Death Valley (o Vale da Morte), nos Estados Unidos.
Uma vez dentro dele, os visitantes podem se deparar com dunas e morros de cores variadas, formações de lava vulcânica e um deserto de sal com mais de 500 km² de extensão.
Mas, para ver tudo isso, não basta percorrer as dezenas de quilômetros que separam cada uma das atrações do parque. É preciso enfrentar uma aridez sufocante e temperaturas extremas, que no verão chegam perto dos 50ºC.
Localizado na parte leste da Califórnia e ao norte do deserto de Mojave, o parque Death Valley, que tem 7.800 km² de extensão, mantém até hoje o recorde de maior temperatura da Terra: foram 56,7ºC, registrados em 1913.
Apesar do calor excessivo, o número de turistas vem crescendo e alcançou seu ápice em 2018: 1,68 milhão de visitantes. Pode-se imaginar que a maioria dessas visitas ocorre no inverno, quando as máximas giram em torno de 20ºC. Mas não é o que acontece.
No ano passado, o principal fluxo de turistas foi em agosto, mês em que os termômetros passam com frequência dos 40ºC. Segundo o Serviço Nacional de Parques dos EUA, muitos chegam buscando justamente as altas temperaturas, para provar que estiveram de fato no lugar mais quente da Terra.
O jornal Folha de S.Paulo visitou o Death Valley entre o fim de agosto e o início de setembro, quando o termômetro marcava acima dos 48ºC. Dias antes, duas pessoas haviam morrido: uma delas em um acidente de carro e outra com suspeita de enfermidade causada pelo calor, causas comuns de fatalidades no parque.
Para evitar esses casos, a administração recomenda que, no verão, turistas não façam caminhadas longas após as 10h, bebam quatro litros de água por dia e saiam do sol caso sintam tontura ou enjoo. Para os motoristas, a recomendação é para permanecer nas vias asfaltadas e prestar atenção nas estradas.
Entre os pontos mais procurados estão as dunas de Mesquite Flat, na região central do parque, cenário pelo qual circulou o robozinho R2D2 em uma cena de “Star Wars Episódio IV: Uma Nova Esperança”.
Ali, as pessoas abandonam por alguns minutos o conforto do carro e do ar-condicionado para dar passos na areia sob um sol escaldante. A maioria não se arrisca muito. Anda algumas dezenas de metros, aproveita a vista, tira suas fotos e volta já ofegante ao estacionamento.