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Por Redação O Sul | 30 de dezembro de 2020
Não apenas devido à pandemia de coronavírus (que atrasou todo o calendário do futebol e retirou as torcidas dos estádios), mas por tudo o que ocorreu dentro de campo, 2020 foi um ano atípico para o craque argentino Lionel Messi no Barcelona. Os catalães terminaram a temporada sem um título sequer, o que não acontecia há 12 anos.
Acostumado a alcançar glórias com o time espanhol, o jogador de 33 anos se viu cercado por um time que pouco o ajudava. Ele se esforçou bastante, mas não foi capaz de guiar a equipe ao caminho dos títulos, ao qual está habituado nos últimos anos. E esse insucesso foi determinante para um dos capítulos mais complicados de sua trajetória no clube, iniciada nas categorias de base em 2000 – profissionalmente, ele atua desde 2003.
Apesar de ter sua indicação ao prêmio “The Best”, da Fifa (Federação Internacional de Futebol), contestada por boa parte dos fãs do futebol, a temporada de Messi em termos individuais passou longe de ser ruim. “Pode não ter sido tão assombrosa como em outros anos, mas o argentino teve alguns motivos para sorrir”, escreveu um jornalista.
Em 44 jogos oficiais no ano de 2020, Messi balançou as redes 26 vezes e deu 22 assistências aos companheiros. Ou seja, o meia-atacante teve participação direta em 48 gols na temporadam – média superior a uma por partida.
Decepção
A Supercopa da Espanha apresentou um formato diferente do habitual e reuniu, além dos campeões nacionais, os vice-campeões também. Desta forma, Barcelona, Real Madrid, Atlético de Madrid e Valencia disputaram o troféu e Messi e seus parceiros foram eliminados na semifinal para os Colchoneros. Apesar da derrota por 3 a 2, o argentino balançou as redes.
O torneio, apesar de valer troféu, não era visto como prioridade para o clube. A derrota, no entanto, fez o técnico Ernesto Valverde ser demitido. E a queda do comandante foi a primeira derrota de Messi na temporada.
Após Ernesto Valverde ser demitido, Quique Setién foi contratado. A chegada do treinador, entretanto, não deu liga e o Barcelona não apresentou um bom futebol na sequência da temporada.
A relação dos jogadores com o treinador também não era das melhores e isso pôde ser observado durante a partida do Barcelona contra o Celta de Vigo, em junho, quando o auxiliar Eder Sarabia tentou passar instruções ao camisa 10, que ignorou as palavras do assistente de Setién.
Vexame
Com o término do Campeonato Espanhol e o título do Real Madrid, o Barcelona voltou as atenções à Champions League. Após eliminar o Napoli nas oitavas de final, o clube catalão sofreu a derrota mais dolorosa em, até então, 120 anos. Na bolha de Portugal, o Bayern de Munique venceu por 8 a 2 e quase encerrou a passagem de Messi pelo Barça.
De saída
Depois de ser eliminado da Liga dos Campeões de forma vexatória, Messi estava decidido: queria sair do Barcelona. O jogador enviou um documento oficial pedindo a rescisão de contrato, algo que estava previsto em contrato, mas não conseguiu deixar o clube por conta de uma divergência.
Ele poderia encerrar seu vínculo com o Barcelona, desde de que avisasse até maio sua intenção. Como o futebol ficou parado por conta da Covid-19, o argentino, juntamente com seus agentes, esperava que a validade da cláusula fosse prorrogada. Sem chegar a um acordo, o camisa 10, contra sua vontade, permaneceu na Catalunha.
Com a demissão de Quique Setién após a eliminação na Champions, Ronald Koeman, ídolo do Barcelona como jogador, foi contratado. A chegada de um novo comandante, porém, não foi suficiente para fazer Messi mostrar a motivação de antes para jogar.
Em meio a um elenco bem mais enfraquecido, aliado à saída de Luis Suárez, um de seus melhores amigos, o jogador se viu isolado no vestiário.
Quando decidiu que queria deixar o Barcelona, Messi mostrou que não suportava mais a gestão do então presidente Josep Maria Bartomeu. Uma das exigências para voltar a jogar pelo clube, segundo a imprensa espanhola, era que o mandatário renunciasse.
Em 27 de outubro, o argentino venceu esta disputa. Muito criticado e vivendo uma grande crise, Bartomeu entregou a carta de renúncia e entregou a cadeira máxima do clube catalão.
Recuperação
Com o decorrer da atual temporada, Messi foi crescendo de produção, mas ainda assim alternou bons e maus momentos pelo clube catalão. Jogando cada vez mais centralizado, o argentino chegou a atuar na função de centroavante em algumas vezes.
E o crescimento de produção rendeu a Messi um número expressivo. O camisa 10 atingiu então a marca de 644 gols oficiais pelo Barcelona e, desta forma, ultrapassou Pelé como maior artilheiro da história do futebol por um único clube.