Segunda-feira, 14 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 3 de janeiro de 2021
A pesquisa Datafolha divulgada no sábado (2) mostra que 73% dos brasileiros querem que a eleições continuem a ser feitas com urna eletrônicas. Já 23% responderam que querem voltar a usar o sistema de voto em papel. 4% não sabem.
A pesquisa ouviu 2.016 brasileiros adultos em todas as regiões e estados do país, por telefone, com ligações para aparelhos celulares, de 8 a 10 de dezembro de 2020. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Confira, abaixo, as respostas:
– Que siga usando as urnas eletrônicas: 73%
– Que volte a usar o sistema de voto em papel: 23%
– Não sabe: 4%
O Datafolha também perguntou sobre a confiança na urna eletrônica. As respostas são estimuladas e únicas, assim como as da primeira pergunta. Veja as porcentagens abaixo:
– Confia muito: 33%
– Confia um pouco: 36%
– Não confia: 29%
– Não sabe: 2%
Como funciona auditoria
Toda eleição é a mesma coisa: os eleitores ouvem ou leem sobre a auditoria que é feita nas urnas eletrônicas no dia da votação oficial, mas muitos não entendem realmente como funciona um dos principais processos de verificação da segurança da urna. Antes conhecido como votação paralela, em 2018, o procedimento passou a ser chamado de “Auditoria de Funcionamento das Urnas Eletrônicas sob Condições Normais de Uso”.
O objetivo da medida, realizada pela Justiça Eleitoral em todo o país por meio de amostragem, é demonstrar o funcionamento e a segurança das urnas eletrônicas. Nas Eleições Municipais de 2020, a auditoria foi disciplinada pela Resolução do Tribunal Superior Eleitoral nº 23.603/2019.
Confira abaixo o passo a passo da Auditoria de Funcionamento das Urnas Eletrônicas sob Condições Normais de Uso.
O processo acontece em todos os estados e começa cerca de um mês antes da data da eleição. Quem dá o pontapé inicial são os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), que devem, em sessão pública, até 30 dias antes das eleições, nomear uma Comissão de Auditoria de Funcionamento das Urnas Eletrônicas.
Essa comissão deve ser composta por: um juiz de direito, que será o presidente; e, no mínimo, seis servidores da Justiça Eleitoral, sendo pelo menos um da Corregedoria Regional Eleitoral, um da Secretaria Judiciária e um da Secretaria de Tecnologia da Informação.
O procurador regional eleitoral deve indicar, então, um representante do Ministério Público para acompanhar os trabalhos da comissão. Os partidos políticos, as coligações, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF), a Controladoria-Geral da União (CGU), o Departamento de Polícia Federal, a Sociedade Brasileira de Computação (SBC), o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) e os departamentos de Tecnologia da Informação de universidades também podem indicar representantes para acompanhar os trabalhos do grupo.
Os TREs devem informar, em edital e com divulgação nos respectivos sites, até 20 dias antes das eleições, o local onde será realizada a auditoria.
No mesmo prazo, eles devem expedir ofícios aos partidos políticos comunicando sobre o horário e o local onde será realizado o sorteio das urnas que serão auditadas na véspera do pleito. O ofício também deve conter o horário e o local da auditoria no dia da eleição, informando sobre a participação de seus representantes.
Na véspera das eleições, a Justiça Eleitoral deve sortear, em cerimônia pública, algumas seções eleitorais de todo o país. O número de urnas a ser auditado varia, de três a cinco, dependendo do número de seções eleitorais que a unidade da Federação (UF) possuir. As urnas eletrônicas escolhidas devem ser retiradas das seções de origem e instaladas imediatamente nos TREs, em salas com câmeras de filmagem. As urnas retiradas das seções são, então, substituídas por novos equipamentos.
A comissão deve providenciar o número de cédulas de votação, por seção eleitoral sorteada, que corresponda a, aleatoriamente, entre 75% e 82% do número de eleitores registrados na respectiva seção eleitoral. As cédulas deverão ser preenchidas por representantes dos partidos políticos e das coligações e guardadas em urnas de lona lacradas.