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Economia Pesquisa mostra que 81% dos brasileiros querem mais equilíbrio entre vida pessoal e profissional

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Texto estipula remuneração a empresas jornalísticas por conteúdos utilizados por plataformas. (Foto: Reprodução)

A personal trainer Brenda Oliveira, de 27 anos, pediu demissão de seu emprego fixo e ficou só com as aulas particulares; e a bancária Carolina de Almeida Ferraz, de 43 anos, trocou de cargo e reduziu sua remuneração.

Em comum, essas mulheres decidiram criar uma rotina capaz de equilibrar vida pessoal e profissional, mesmo que significasse reduzir a renda ou diminuir a estabilidade.

Para as profissionais, os traumas da pandemia foram vitais para criar novas prioridades e compatibilizar a vida financeira com o bem-estar social. Apesar dos mais de 14 milhões de desempregados no País, elas não estão sozinhas nessa nova realidade para profissionais mais qualificados. Pesquisa feita pela consultoria de recursos humanos Randstad mostra que 81% dos brasileiros querem mais equilíbrio entre vida profissional e pessoal – acima da média global, de 67%.

O resultado da pesquisa, que ouviu mais de 27 mil pessoas de 34 países, revela um fenômeno chamado pela consultoria de “great enlightenment” – ou “a grande iluminação”. Trata-se do despertar do trabalhador que deve ser percebido pelo mercado daqui para frente. “A pandemia trouxe uma nova noção de realidade, com hábitos digitais e um aprendizado constante”, diz o presidente da Randstad, Fabio Battaglia.

Segundo ele, a visão de que é necessário mudar aspectos das carreiras ocorre mais nas posições administrativas, cujo pessoal foi em peso para o home office e teve de conviver com as atividades pessoais e profissionais dentro de casa. Nas áreas operacionais, isso não ocorre ainda.

Flexibilidade

O termo workaholic, definitivamente, ficou fora de moda. Depois da pandemia e do modelo remoto, muitos trabalhadores começaram a rever seus objetivos profissionais. No início da pandemia, havia um estresse de trabalhar todos juntos num mesmo espaço. Aos poucos, os profissionais foram conseguindo se autogerenciar, até o ponto que a maioria já não quer voltar ao modelo antigo dos escritórios, diz Battaglia.

A questão é que, em casa, os trabalhadores passaram a fazer múltiplas tarefas, combinando atividades profissionais e pessoais, sem perder a produtividade. “Agora com o modelo híbrido, temem mudar essa nova rotina”, afirma o presidente da Randstad.

De acordo com a pesquisa da consultoria, 92% dos trabalhadores brasileiros querem formatos de trabalho e carreiras mais flexíveis para acomodar outras atividades ao longo do dia, enquanto a média global é 76%. “Hoje, o tema mais importante é flexibilidade”, diz Battaglia.

Um exemplo disso é a bancária Carolina de Almeida Ferraz, de 43 anos. Há 20 anos no setor e há mais de 10 como gerente de contas do segmento de alta renda, ela decidiu priorizar sua saúde mental e física e passar mais tempo com as duas filhas pequenas. “Foi uma decisão difícil, fiz muitas contas, mas troquei meu cargo comissionado por outro descomissionado.”

A decisão veio depois do nascimento da segunda filha e do aumento das cobranças e do nível de estresse. Segundo ela, hoje seu salário bruto é menor do que era o líquido. “Mas estou feliz, saudável e sinto que as crianças também percebem isso.” O lado bom, diz Carolina, é que ela conseguiu fazer toda essa mudança e continuar na empresa. “Mas, se tivesse de trocar de emprego para ter esse benefício, eu trocaria, sem nenhuma dúvida.”

O diretor regional e sócio da empresa de recrutamento de executivos Tailor, Gustavo Leme, destaca que essas mudanças chegaram aos níveis mais altos das corporações. Antes, diz ele, era complicado atrair candidatos de grandes centros para o interior. “Hoje, mesmo quem não tem família aceita propostas para trabalhar fora das capitais como forma de melhorar o ritmo de vida.”

Dúvidas

Foi pensando nessa qualidade de vida melhor que a personal trainer Brenda Oliveira abriu mão de um trabalho fixo numa academia e ficou apenas com as aulas particulares. Apesar da incerteza financeira por não ter uma carteira assinada, Brenda priorizou o tempo para equilibrar sua vida pessoal. A decisão coincidiu com a chegada de sua irmã caçula, agora com dois meses de idade.

“No ritmo que estava, não dava tempo nem de ver a bebe. E queria acompanhar a evolução dela.” Além disso, diz a personal, conciliar as aulas particulares com a academia tirava tempo para coisas básicas como treinar, almoçar sossegada e se cuidar. “É claro que a questão financeira é importante, mas também tenho de pensar na minha saúde e no bem-estar.”

tags: em foco

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https://www.osul.com.br/pesquisa-mostra-que-81-dos-brasileiros-querem-mais-equilibrio-entre-vida-pessoal-e-profissional/ Pesquisa mostra que 81% dos brasileiros querem mais equilíbrio entre vida pessoal e profissional 2021-12-12
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