Sexta-feira, 12 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 30 de julho de 2023
O deputado licenciado Ricardo Barros (PP-PR) pode desistir da candidatura ao Senado caso sua mulher, Cida Borghetti, seja mesmo indicada pelo partido para assumir a presidência da Caixa Econômica Federal.
A negociação passa por uma articulação junto a Gleisi Hoffmann (PT-PR), que também planeja concorrer ao Senado na vaga que deve abrir caso o senador Sergio Moro (União-PR) seja mesmo cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, que decidirá se é procedente a denúncia de fraude nos gastos durante a pré-campanha, quando ele ainda era filiado ao Podemos e planejava disputar a Presidência da República.
O governo ofereceria a Caixa ao clã de Barros, que desistiria da disputa para apoiar a petista. Em caso de acerto, o governo não atrairia só o deputado licenciado, que está como secretário no Paraná, mas também o governador Ratinho Junior e o prefeito de Curitiba Rafael Greca, que também devem abocanhar parte da estrutura da estatal.
Entre amigos, Barros, que foi líder do governo Jair Bolsonaro na Câmara, afirma não estar focado no Senado ou na Caixa, mas nas candidaturas municipais do ano que vem. Seu irmão, Sílvio Barros, concorrerá à prefeitura de Maringá.
Entenda o caso
O PL e a Federação Brasil Esperança (PT, PCdoB e PV) moveram ações na Justiça Eleitoral pedindo a cassação de Moro, apontando suposto abuso de poder econômico por gastos irregulares do ex-juiz ainda durante a pré-campanha, quando era filiado ao Podemos e ensaiava disputar a Presidência da República.
Por se tratar de uma situação de possível irregularidade eleitoral, tanto ele quanto seus suplentes teriam se beneficiado. Por isso, a cassação, nesse caso, abrangeria a chapa toda.
Se houver condenação pela Justiça Eleitoral, a chapa é cassada, e novas eleições são convocadas. Ainda assim, Moro ainda poderá recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Porém, a avaliação é que a Corte deve seguir o mesmo entendimento do caso da cassação da ex-senadora Selma Arruda (Podemos-MT), convocando novas eleições.
Candidatos
Um dos pré-candidatos à possível vaga é o secretário de Indústria e Comércio do Paraná, Ricardo Barros, que foi líder do governo de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados e ex-ministro da Saúde de Michel Temer.
Barros se colocou à disposição do seu partido, o Progressistas, e afirmou ter o “apoio do partido para concorrer”.
Outro “pré-candidato” é o ex-deputado Paulo Martins (PL-PR), que ficou em segundo lugar no estado nas eleições de 2022 para o Senado, com quase 1,7 milhão de votos. Moro teve cerca de 1,9 milhão.
Por causa da colocação, ele deve ser convocado para assumir interinamente em uma eventual cassação da chapa do ex-juiz, até que sejam convocadas novas eleições e ele dispute.