Quarta-feira, 25 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 23 de junho de 2025
Após os ataques contra instalações nucleares do Irã, autoridades dos Estados Unidos admitiram que ainda não sabem qual foi o destino do urânio altamente enriquecido iraniano, apesar de declarações do presidente Donald Trump que diziam que o programa nuclear iraniano havia sido totalmente obliterado.
São 409 kg de urânio altamente enriquecido – quantidade que poderia ser suficiente para produzir 10 ogivas nucleares – que deveriam estar guardados em uma instalação subterrânea em Isfahan. Antes do bombardeio americano do fim de semana, Teerã avisou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que poderia mudar as reservas de lugar durante o conflito.
No sábado à noite (21), Trump anunciou na Truth Social que “aniquilou” o programa nuclear iraniano, após o ataque às instalações de Fordow, Natanz e Isfahan.
Porém, em entrevista posterior à rede de TV americana ABC, o vice-presidente JD Vance afirmou que o governo pretende conversar com o Irã ao longo das próximas semanas para determinar o paradeiro do urânio.
Vance, no entanto, disse entender que os ataques às usinas iranianas ao menos foram suficientes para impedir que o Irã enriqueça o seu urânio a um nível que permita o desenvolvimento de suas primeiras bombas nucleares. O vice-presidente também afirmou durante a entrevista que esse era o objetivo da operação.
O urânio iraniano é um dos pontos centrais do conflito entre Israel e Irã nas últimas semanas. O Irã tinha um estoque de 409 kg de urânio enriquecido a 60%, um nível muito superior ao necessário para aplicações civis, como geração de energia e pesquisas médicas. No entanto, esse nível de pureza ainda não é suficiente para o desenvolvimento de uma bomba nuclear. A preocupação de Israel era que o Irã estivesse próximo de refinar seu urânio a 90% e pudesse criar armas atômicas com o material.
O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão ligado à Organização das Nações Unidas (ONU), disse que o combustível foi visto por sua equipe uma semana antes dos ataques israelenses. Contudo, ele afirmou à “CNN” que não é segredo nenhum que o Irã tomou medidas para mover o material e protegê-lo dos ataques.
Os Estados Unidos utilizaram bombas perfurantes de aproximadamente 14 toneladas para atacar as usinas subterrâneas do Irã. O armamento especial só pode ser carregado por aeronaves B-2, fazendo com que apenas os Estados Unidos tenham a capacidade de usá-lo.
Pete Hegseth, secretário de Defesa dos EUA, e Dan Caine, chefe do Estado-Maior, afirmaram que os ataques às instalações nucleares foram bem-sucedidos, deixando danos severos e destruição, segundo avaliação inicial.
A posição é a mesma do exército israelense, que avaliou grandes danos às usinas do Irã, mas não uma destruição completa das instalações.
Ainda não se sabe ao certo onde está o urânio enriquecido do Irã.
Donald Trump comemorou anteriormente ter “obliterado” as instalações, o que dava a entender que todo o material e a usina teriam sido destruídos durante os bombardeios americanos do fim de semana. JD Vance, seu vice, admitiu em uma entrevista que não sabe o paradeiro do material. O Irã, por fim, havia dado indícios de que moveu o material, já aguardando um ataque às usinas. As informações são do jornal Valor Econômico.