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Geral A Nasa planeja enviar humanos para Marte na próxima década

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Imagem divulgada pela Nasa em 2015 revela colina de 100 metros de altura em Marte. (Foto: Reprodução)

Se Matt Damon se perder em Marte de novo nas próximas décadas, como aconteceu no filme de 2015, talvez ele não fique mais sozinho: pensar em levar humanos para o planeta vermelho não é mais uma viagem de ficção científica. A Nasa (a agência espacial norte-americana), por exemplo, pretende atingir o feito de comandar uma missão tripulada para o planeta já na década de 2030. Apesar de este prazo em específico ser visto com desconfiança por alguns especialistas, todos concordam que estamos no caminho de possibilitar uma viagem espacial no futuro.

Nos últimos 70 anos de exploração espacial, vivemos várias experiências concretas de erros e acertos que nos permitem chegar hoje a uma possibilidade real de levar humanos até Marte nas próximas décadas”, afirma Daniela Pavani, professora do departamento de astronomia do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). “É preciso entender essas realizações como uma caminhada de desenvolvimento. Muita gente até hoje não acredita na chegada da humanidade à Lua porque não percebe esse processo de construção”.

Segundo especialistas, a estrutura necessária para uma viagem tripulada a Marte não seria muito diferente da usada para ir à Lua ou à Estação Espacial Internacional. Precisaríamos dos tradicionais macacões, capacetes e mochilas de astronautas. A nave também seria semelhante, mas maior: o veículo Starship, por exemplo, projeto da empresa SpaceX para missões marcianas, terá 120 metros de altura — até hoje, o maior foguete construído foi o Saturno V, que tem 110 metros de altura, usado nas missões Apollo e Skylab.

A principal diferença seria, na verdade, a confiabilidade da tecnologia, afirma Zabot, da UFSC: “Na viagem para Marte, por ser mais distante, não é possível enviar suprimentos rapidamente. Os equipamentos precisam ser totalmente confiáveis. Um purificador de ar simplesmente não pode quebrar”. Enquanto a Lua está a cerca de 385.000 quilômetros da Terra (uma viagem de três dias), a distância mínima até Marte é de aproximadamente 54.600.000 quilômetros (trajeto de cerca de sete meses).

Outra questão colocada pelo astrônomo Naelton Araújo, da Fundação Planetária do Rio, é a quantidade de energia que terá de ser produzida para garantir a vida das pessoas em Marte. “Precisará ter um sistema de aquecimento, sistema de reaproveitamento da água, processamento de alimentos, processamento de atmosfera. Um equipamento separando gás carbônico do ar, produzindo oxigênio… Provavelmente precisaria de um reator.”

Colocar humanos em um veículo até Marte também impõe à viagem questões fisiológicas e psicológicas — problemas que não acontecem quando os passageiros são sondas, satélites ou robôs. No planeta vermelho, os seres humanos ficariam expostos durante muitos meses a uma gravidade que é 38% da força que temos aqui na Terra, o que poderia causar danos ao corpo. “Sabemos que astronautas na microgravidade têm tendência à perda de massa muscular. Alguns estudos também mostram impactos no sistema imune e alterações enzimáticas”, explica Patrick Jack Spencer, do Centro de Biotecnologia (CB) do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares do Brasil. “Em uma viagem longa como a de Marte, surgem muitas dúvidas neste sentido. Na hipótese de alguém engravidar na microgravidade, por exemplo, o que pode acontecer?”

Além disso, há o problema da radiação. Em Marte, os humanos ficariam expostos por muito tempo à radiação, já que não haveria a proteção da atmosfera e do campo magnético da Terra. Esse contato direto poderia causar danos à saúde, como um câncer.

A situação de confinamento também não é fácil — aqui na Terra, a quarentena está nos mostrando isso. Apenas a viagem de ida à Marte duraria cerca de 240 dias. Durante esse período, os astronautas teriam de ficar confinados em um ambiente hostil como o espaço. “A relação humana é um dos grandes desafios para uma missão tripulada a Marte. Alguns projetos de simulação que imitam as condições de uma expedição revelaram a dificuldade em manter o emocional desses astronautas equilibrado”, pontua Cassio Leandro Dal Ri Barbosa, astrônomo e professor do Centro Universitário da FEI.

Uma dessas simulações foi a Mars500, realizada pela Agência Espacial Europeia em parceria com a Rússia. Em 2010, o projeto chegou a confinar seis candidatos durante 520 dias em uma espécie de cápsula, imitando o que seria uma nave espacial de transporte para Marte. O espaço contava com academias, salas e quartos, e os participantes passaram bastante tempo jogando videogames, lendo e assistindo a filmes. O estudo avaliou o efeito do isolamento sobre vários aspectos psicológicos e fisiológicos, como estresse, regulação e imunidade hormonal, qualidade do sono, humor e eficácia de suplementos alimentares. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

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https://www.osul.com.br/a-nasa-planeja-enviar-humanos-para-marte-na-proxima-decada/ A Nasa planeja enviar humanos para Marte na próxima década 2020-07-19
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