Sexta-feira, 25 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 23 de março de 2018
“A China não tem em absoluto medo de uma guerra comercial”, advertiu Pequim nesta sexta-feira, um dia após Washington anunciar tarifas contra produtos chineses, ao divulgar uma lista de produtos americanos passíveis de tarifação em represália às medidas adotadas por Washington. O comunicado do ministério chinês do Comércio também afirma que Pequim “não quer uma guerra comercial”.
A lista inclui produtos como vinho, frutas e carne de porco, e deverá ser aplicada se Pequim não conseguir uma solução negociada com os EUA. No total, são 128 categorias de produtos, dividida em dois grupos.
O primeiro grupo, que será taxado em 15%, inclui produtos como frutas, vinho, etanol e ginseng, que representaram quase US$ 1 bilhão em importações para a China em 2017. O segundo grupo, que inclui de carne de porco a alumínio reciclado, terá uma taxação de 25%, e respondeu por quase US$ 2 bilhões em importações no ano passado, segundo o ministério do Comércio. A lista não inclui a soja, que totalizou US$ 14 bilhões em exportações dos Estados Unidos no ano passado.
Pequim “exorta os Estados Unidos a responder, o mais cedo possível, às preocupações da China” para “evitar dano ao conjunto da cooperação” entre os dois países, declarou o ministério do Comércio.
País avalia recorrer à OMC
A China comunicou ainda que avalia ativar um procedimento contra as medidas americanas junto à OMC (Organização Mundial do Comércio).
O presidente americano, Donald Trump, decidiu nesta quinta-feira impor tarifas aos produtos chineses para retaliar um suposto roubo de propriedade intelectual americana.
Anunciando como a “primeira de muitas” ações comerciais, Trump assinou a ordem que também almeja restringir o investimento chinês nos Estados Unidos.
“Temos uma situação tremenda de roubo de propriedade intelectual acontecendo”, disse Trump ao assinar a ordem comercial.
O representante comercial americano (USTR) Robert Lighthizer deve divulgar nas próximas duas semanas uma lista de produtos alvo das taxas.
Os Estados Unidos registraram um deficit comercial de US$ 333,2 bilhões com a China no ano passado.
Bolsas
Diante do aumento do temor de uma guerra comercial entre os Estados Unidos e União Europeia, com a divulgação de até US$ 60 bilhões sobre as importações chinesas, os mercados mundiais fecharam em queda na Ásia e abriram com perdas na Europa. O movimento já tinha sido observado nas bolsas dos Estados Unidos e do Brasil na quinta-feira.
A Bolsa de Xangai registrou queda de 3,39%, aos 3.152,76 pontos. A Bolsa de Shenzhen, a segunda da China continental, fechou em baixa de 4,49%, a 1.766,61 pontos. Já a Bolsa de Tóquio encerrou a sessão de sexta-feira em queda expressiva de 4,51%, em seu menor nível desde outubro, a 20.617,86 pontos. O Índice Hang Seng, de Hong Kong, caiu 2,5%.