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Mundo A China está cada vez mais determinada a desafiar os Estados Unidos

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Trump ouve Xi Jinping falar durante reunião bilateral na Cúpula do G20 em Osaka, no Japão. (Foto: Divulgação)

Passo a passo, o governo do presidente Donald Trump tem procurado intensificar a pressão sobre Pequim, na esperança de fazer a China alterar sua rota. Cada movimento, porém, faz com que a China endureça mais sua determinação em resistir, mergulhando a relação dos países num poço sem fundo.

O secretário de Estado Mike Pompeo declarou que Washington não consideraria mais Hong Kong como um território semiautônomo, abrindo caminho para Trump acabar com as relações econômicas e comerciais especiais de que o território desfruta. Na quinta-feira, o principal órgão legislativo da China aprovou a imposição de uma lei de segurança nacional em Hong Kong, aumentando seu controle sobre território, com destacados comentaristas chineses insultando os Estados Unidos por interferirem.

Na quarta-feira, os Estados Unidos conquistaram uma vitória inicial em um tribunal canadense em seu longo esforço para apresentar acusações criminais contra uma executiva da Huawei, a gigante chinesa das telecomunicações. Na quinta, a China prometeu retaliar os dois países, já tendo bloqueado algumas exportações canadenses e mantido dois cidadãos canadenses detidos por mais de 500 dias.

Funcionários do governo Trump argumentam que trouxeram a China para negociações comerciais ao impor tarifas aos produtos chineses. Mas eles até agora fracassaram em alcançar seu objetivo de mudar fundamentalmente o comportamento do gigante asiático – no comércio ou em qualquer outra questão.Da perspectiva de Pequim, as medidas punitivas simplesmente revelaram o núcleo de hostilidade dos EUA em relação à China.

“Quando a China estava crescendo como potência econômica, os Estados Unidos a toleraram, mas agora que a China é forte, não podem mais tolerar”, disse Shen Dingli, especialista em relações com os Estados Unidos da Universidade Fudan em Xangai, em entrevista por telefone.

A China não quer pôr a perder o relacionamento com os Estados Unidos, dados os benefícios econômicos. Também não está disposta a recuar, criando um constante morde e assopra em Pequim entre os falcões e as forças mais moderadas.

O primeiro-ministro da China, Li Keqiang, adotou um tom conciliador na quinta-feira no encerramento da sessão anual do Congresso Nacional do Povo. Ele pediu relações comerciais estreitas sem oferecer nenhuma concessão. Disse também que os dois países “poderiam e deveriam cooperar de várias maneiras para enfrentar desafios convencionais e não convencionais”, ao mesmo tempo em que se absteve de acusar os Estados Unidos de qualquer interferência nos assuntos de Hong Kong.

No entanto, enquanto Li falava, o escritório de Hong Kong do Ministério das Relações Exteriores da China emitiu uma forte denúncia contra os Estados Unidos. “É absolutamente irracional e descarado que políticos americanos obstruam a legislação de segurança nacional de Hong Kong com ameaças de sanções baseadas no direito interno dos Estados Unidos”, declarou o ministério.

Com os dois países pondo a culpa no outro, o resultado tem sido uma espiral de açõesdefesa que podem não cessar antes do fim da campanha à reeleição de Trump em novembro.

Quando o governo americano anunciou novas restrições para impedir que empresas de todo o mundo negociem com a Huawei, Pequim prometeu visar empresas de tecnologia americanas que operam na China. Quando a Casa Branca limitou o número de jornalistas chineses nos Estados Unidos, a China respondeu expulsando a maioria dos correspondentes americanos de três grandes organizações de notícias, incluindo o New York Times.

Guerra de versões

Ambos os líderes, Trump e Xi Jinping, se sentem compelidos a parecer fortes. O presidente americano culpa a China pela pandemia do novo coronavírus nos Estados Unidos em meio à campanha à reeleição. O líder chinês enfrenta enormes desafios econômicos e diplomáticos que podem provocar oposição interna ao seu controle sobre o poder.

“Qualquer coisa que os EUA digam ou façam, a China recusará”, disse Shi Yinhong, professor de relações internacionais da Universidade Renmin em Pequim.

O que as medidas americanas não fizeram é castigar o governo de Xi, que parece sentir-se simultaneamente desafiado e desafiador.

Hu Xijin, o editor do Global Times, um tabloide nacionalista controlado pelo Partido Comunista, quase desafiou o governo Trump a cumprir sua ameaça de acabar com o status comercial favorecido de Hong Kong. Ele observou que havia 85 mil americanos lá e dezenas de empresas que colheriam “os frutos amargos” da decisão americana.

“Washington é muito narcisista”, escreveu em chinês na rede social Weibo na quinta-feira. “Políticos americanos acham arrogantemente que o destino de Hong Kong está em suas mãos.”

Lau Siu-kai, um ex-alto funcionário do governo de Hong Kong que aconselha Pequim, disse que a pressão dos EUA não fez com que a questão de Hong Kong fosse reconsiderada, em parte porque a liderança da China antecipou a oposição americana em muitas frentes.

“Pequim continuará com sua nova política em relação a Hong Kong, independentemente das reações dos EUA, e está preparada para tomar medidas defensivas na mesma proporção”, disse.

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https://www.osul.com.br/a-china-esta-cada-vez-mais-determinada-a-desafiar-os-estados-unidos/ A China está cada vez mais determinada a desafiar os Estados Unidos 2020-05-29
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