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Mundo A China recusou mais um convite dos Estados Unidos para se juntar a um acordo sobre armas nucleares com a Rússia

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Calcula-se que o eleitorado americano seja de cerca de 240 milhões de pessoas, composto por cidadãos a partir de 18 anos de idade. (Foto: Reprodução)

A China rejeitou novamente um convite dos Estados Unidos para participar das negociações entre os EUA e a Rússia para a renovação do Novo Start, o último tratado de controle de armas nucleares em vigor entre as duas principais potências atômicas. Além de recusar o pedido, Pequim acusou Washington de “distorcer” a posição do país sobre o assunto. O Novo Start vence em 2021.

No final de junho, em Viena, americanos e russos já haviam se reunido para tratar da prorrogação do tratado, que foi adotado em 2010. Na ocasião a China também havia sido chamada por iniciativa dos Estados Unidos. No entanto, Pequim não mandou nenhum representantes e, já à época, demonstrou não ter nenhuma intenção de se juntar ao Novo Start.

De posse da tecnologia para produzir armas nucleares desde o final da década de 1950, os chineses são acusados de falta de transparência sobre suas atividades no setor. Segundo estimativas, o país possui cerca de 290 ogivas operacionais, além dos mísseis necessários para seu uso. Ao mesmo tempo, é signatário dos principais acordos internacionais da área, como o Tratado de Não Proliferação (TNP) e os protocolos adicionais da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), sendo a primeira potência nuclear a assinar esses termos, que permitem inspeções mais abrangentes.

Apesar de a China ter rejeitado o convite na sexta-feira, o Ministério das Relações Exteriores do país havia dito, na quarta-feira, que está aberto a negociações, desde que os Estados Unidos reduzam seu número de ogivas nucleares — 18 vezes superior ao de Pequim.
Para o governo de Donald Trump, que não é exatamente um defensor de mecanismos internacionais de controles de arsenais, a entrada da China nas conversas sobre o Novo Start é central.

Os diplomatas se referem a informações sobre a modernização das armas nucleares chinesas, e relatos de que o país estaria realizando testes nucleares irregulares, sem o aval da AIEA.

Com as eleições americanas se aproximando, uma decisão sobre renovar o acordo se mostra urgente — caso Trump vença, existe a possibilidade de a Casa Branca perder o interesse no Novo Start, simplesmente deixando o texto caducar. Em caso de vitória democrata, não se sabe em quais termos as conversas se dariam.

Além da pressão para a inclusão da China, algo que mesmo que contasse com o aval de Pequim levaria meses ou anos para ser acertado, Moscou cita a vontade dos EUA de incorporarem ao acordo armas que não estavam incluídas nos planos iniciais. Tantas exigências levantam dúvidas sobre a real vontade de Washington de renovar o Novo Start.

Assinado em 2010 pelos presidentes dos EUA, Barack Obama, e da Rússia, Dimitry Medvedev, o Novo Start substituiu acordos anteriores e impôs medidas mais estritas de controles de arsenais. O número máximo de ogivas operacionais foi reduzido para 1.550 (no auge da corrida armamentista, nos anos 1980, EUA e Rússia somavam quase 60 mil ogivas). Cada nação poderá manter até 700 mísseis intercontinentais.

Caso não seja renovado, será o terceiro grande acordo sobre arsenais a ser abandonado pelo governo de Donald Trump. Em agosto do ano passado, os EUA se retiraram do Tratado sobre Forças Nucleares de Alcance Intermediário, que bania mísseis com capacidade de levar ogivas atômicas com alcance entre 500km e 5.500km. Na época, Washington alegou que os russos estavam descumprindo os termos do texto, também de 2010.

Em maio, o governo americano anunciou que deixaria o Tratado de Céus Abertos, que permitia voos de reconhecimento sobre os países signatários e tinha como ponto principal a transparência sobre operações militares, visando reduzir possíveis erros de cálculo. Washington também alegou falta de comprometimento de Moscou, o que é negado pelos russos.

Trump também deu sinais de que pretendia abandonar um outro acordo, este multilateral: o Tratado de Banimento de Testes Nucleares, de 1996. Em reportagem publicada pelo Washington Post, em maio, o jornal revela que integrantes do governo discutiram realizar testes como forma de mostrar força para Moscou e Pequim, e talvez forçar os dois países a aceitarem negociar um acordo trilateral sobre armas atômicas.

Único país a usar bombas nucleares em tempos de guerra, os EUA realizaram 1.032 testes documentados desde a década de 1940. O último deles foi no dia 23 de setembro de 1992, no estado de Nevada.

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