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Brasil A deputada federal Flordelis oferecia vantagens para que filhos mentissem em depoimentos à Polícia

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Parlamentar e pastora foi indiciada pelo assassinato do marido (D). (Foto: EBC)

A partir de depoimentos à Polícia Civil, investigadores descobriram que a pastora evangélica e deputada federal Flordelis Souza (PSD-RJ), 59 anos, oferecia vantagens para que filhos mentissem em depoimentos sobre o assassinato do pastor Anderson do Carmo, marido da parlamentar e que foi executado com mais de 30 tiros em 16 de junho do ano passado. O objetivo das propostas era evitar que ela fosse envolvida no crime.

Na segunda-feira (24), nove pessoas, sendo seis filhos – um deles já estava preso – e uma neta da deputada federal foram presos pela Delegacia de Homicídios que responde pelas cidades fluminenses de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí.

Flordelis foi denunciada e aguardará a abertura de processo no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. A denúncia foi aceita na Justiça e ela é ré no processo.

Em 16 de junho de 2019, o pastor Anderson do Carmo foi assassinado com vários tiros em sua casa. Após o crime, Flordelis, segundo a polícia, começou a tentar manipular os filhos.

Com o filho Alexander Felipe, conhecido como Luan, por exemplo, Flordelis prometeu a ele viagem aos Estados Unidos desde que ele desistisse de depor contra ela.

Já com Lucas Cezar dos Santos, que está preso, a deputada federal prometeu regalias na cadeia, caso ele assumisse ter assassinado o pastor Anderson do Carmo por vontade própria. Sem mandantes.

Para a polícia, havia na família uma briga interna por poder, finanças e política. De acordo com policiais, Anderson tinha um perfil controlador, cuidando da distribuição do dinheiro e das tarefas da casa. O pastor geria a carreira musical e política de Flordelis, além de diretor do partido na Região Metropolitana do Rio.

Crime encomendado

Segundo a Polícia, a viúva é a mandante do crime, o qual atribuiu a um assalto na residência do casal, em Niterói. O inquérito concluiu que Anderson foi morto por questões financeiras e poder na família – o pastor controlava todo o dinheiro do “Ministério Flordelis”, rebatizado “Comunidade Evangélica Cidade do Fogo”.

A deputada vai responder por cinco crimes: homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima), associação criminosa, falsidade ideológica e uso de documento falso. Pelo envenenamento, ela foi indiciada por tentativa de homicídio.

Ela ainda não pôde ser presa por causa da imunidade parlamentar (quando somente flagrantes de crimes inafiançáveis são passíveis de prisão). Antes do assassinato a tiros, ela começou a tentar matar o marido em maio de 2018, botando arsênico na comida dele. Na esfera partidária, o PSD já divulgou nota anunciando “a suspensão imediata da filiação” da deputada.

Até agora, sete filhos do casal já foram presos, entre naturais e adotivos, além de uma neta. Todos já são réus perante a Justiça. Além deles, a Justiça ainda emitiu mandados de prisão contra um ex-PM (Marcos) que já está preso, assim como o filho da deputada acusado de efetuar os disparos.

Decisão judicial

Flordelis não pode deixar o Brasil sem autorização judicial, nem transferir sua residência para outra cidade ou manter contato com qualquer testemunha ou com os outros réus. Ela já entregou o passaporte às autoridades.

“Afastada a possibilidade do decreto prisional por força da imunidade constitucional, resta a possibilidade de decretação de medidas cautelares diversas da prisão, que igualmente visam a resguardar a ordem pública e garantir a conveniência à instrução criminal, de forma a garantir a regularidade do processo”, diz a decisão, assinada por uma juíza.

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