Domingo, 06 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 11 de junho de 2020
A União Europeia (UE) não quer entrar em uma “guerra fria com a China”, afirmou o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, uma mensagem enviada na terça-feira (9) ao chanceler chinês, Wang Yi. “Eu disse que não se preocupe, que a Europa não vai entrar em nenhum tipo de guerra fria com a China”, respondeu Borrell ao ser questionado sobre a reunião por videoconferência com o ministro chinês.
As declarações de Borrell foram feitas durante a apresentação de um documento da Comissão que acusa Rússia e a China de organizar campanhas de desinformação sobre a pandemia com o objetivo de “minar o debate democrático, exacerbar a polarização e melhorar sua própria imagem”.
Em abri, o presidente dos EUA, Donald Trump, acusou a China de ter falhado na contenção do coronavírus antes que ele se espalhasse pelo mundo e disse que seu governo está conduzindo “investigações sérias” sobre o que aconteceu.
“Estamos fazendo investigações muito sérias… Não estamos felizes com a China”, disse Trump em uma entrevista coletiva na Casa Branca. “Há muitas coisas pelas quais eles podem ser responsabilizados.”
Um estudo da Universidade de Harvard, nos EUA, revelou que o coronavírus pode ter começado a se espalhar na China ainda em agosto do ano passado. A pesquisa usou imagens de satélite de estacionamentos de hospitais de Wuhan – onde a doença foi identificada no final de 2019 – e dados de pesquisas de sintomas relacionados, como “tosse” e “diarreia”, em sites de busca.
Segunda onda
A Europa pode enfrentar uma disparada de infecções por Covid-19 nas próximas semanas devido aos protestos em massa ocorridos no continente nos últimos dias, disseram autoridades e especialistas da União Europeia nesta quinta-feira (11).
Dezenas de milhares de manifestantes se reuniram em grandes cidades europeias em dias recentes para protestar contra o racismo após o assassinato do afro-norte-americano George Floyd sob custódia da polícia.
“Se você aconselha todos a ficarem a um metro e meio uns dos outros e no final todo mundo fica perto dos outros, se abraçando, então não tenho um bom pressentimento disso”, disse Jozef Kesecioglu, que preside a Sociedade Europeia de Medicina de Tratamento Intensivo, em uma conferência.
Indagado se pode haver um aumento de infecções na próxima quinzena, ele respondeu: “Sim, mas espero estar errado”.
A maioria das 27 nações do bloco já passou pelo pico da epidemia e está reabrindo negócios e fronteiras gradualmente, uma vez que a doença recuou nas últimas semanas.
Antes dos protestos recentes, cientistas acreditavam em uma segunda onda só depois do verão, mas as aglomerações podem afetar esta tendência positiva.
“Como em qualquer doença respiratória infecciosa, eventos em massa podem ser uma grande rota de transmissão”, disse à Reuters Martin Seychell, autoridade de saúde da Comissão Europeia, quando questionado sobre a possibilidade de uma segunda onda precoce desencadeada pelas manifestações.
O vírus ainda está circulando, mas em índices menores do que há algumas semanas atrás, explicou.
A probabilidade e o tamanho de uma segunda onda dependeriam da manutenção eficiente das medidas de distanciamento social e de outros fatores, muitos dos quais ainda são desconhecidos, disse ele. As informações são das agências de notícias AFP e Reuters.