Segunda-feira, 14 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 9 de outubro de 2020
Puxada novamente pela alta nos preços dos alimentos e dos combustíveis, a inflação subiu 0,64% em setembro, ficando acima da taxa registrada em agosto (0,24%). Esse é o maior resultado para um mês de setembro desde 2003, quando o indicador foi de 0,78%. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta sexta-feira (9), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
No ano, a inflação acumula alta de 1,34% e, em 12 meses, de 3,14%, acima dos 2,44% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em setembro de 2019, o indicador havia ficado em -0,04%.
A maior variação (2,28%) e o maior impacto (0,46 p.p.) no IPCA vieram do grupo alimentação e bebidas, que acelerou em relação ao resultado de agosto (0,78%), puxado principalmente por alimentos para consumo no domicílio (2,89%), com o aumento nos preços do óleo de soja (27,54%) e do arroz (17,98%), que já acumulam no ano altas de 51,30% e 40,69%. Juntos, arroz e óleo de soja tiveram impacto maior (0,16 p.p) que as carnes (0,12 p.p), cuja a variação foi de 4,53%.
Outros produtos que subiram na cesta das famílias foram o tomate (11,72%) e o leite longa vida (6,01%). Por outro lado, caíram os preços da cebola (-11,80%), da batata-inglesa (-6,30%), do alho (-4,54%) e das frutas (-1,59%).
Além de alimentos e bebidas, seis grupos também tiveram alta em setembro, com destaque para os artigos de residência (1,00%), os transportes (0,70%) e habitação (0,37%). O grupo vestuário, após quatro meses consecutivos de quedas, também apresentou alta de 0,37% contribuindo com 0,02 p.p. para o resultado de setembro.
“Nos transportes, os combustíveis continuam em alta, principalmente, a gasolina (1,95%), cujos preços aumentaram em todas as áreas pesquisadas, exceto Salvador. A gasolina é o subitem de maior peso no IPCA. As passagens aéreas (6,39%) também aumentaram após quatro meses em queda. Lembrando que a coleta de preços das passagens aéreas é feita com dois meses de antecedência. Os preços foram coletados em julho para quem ia viajar em setembro”, detalha Kislanov.
Entre os grupos que tiveram redução nos preços, o gerente da pesquisa destaca o maior impacto negativo (-0,09 p.p) de saúde e cuidados pessoais, que também teve a menor variação (-0,64%) em setembro. “Isso deve-se à queda de 2,31% nos planos de saúde. Em agosto a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) decidiu suspender a aplicação de reajustes aos contratos de planos de saúde para todos os tipos de planos até o fim de 2020”, explica.
Os demais grupos ficaram entre o recuo de 0,09% em Educação e a alta de 0,15% em Comunicação.
Em setembro, todas as 16 regiões pesquisadas pelo IPCA tiveram alta nos preços. Campo Grande (1,26%) teve o maior índice, muito em função da alta das carnes (6,63%), da gasolina (2,69%) e da energia elétrica (3,41%). Outros destaques foram Fortaleza (1,22%), Rio Branco (1,19%), Goiânia (1,03%) e São Luís (1,00%). O menor resultado ficou com a região metropolitana de Salvador (0,23%), especialmente por conta da queda nos preços da gasolina (-6,04%). Porto Alegre teve alta de 0,68% em setembro.
Veja abaixo as 20 maiores altas e as 20 quedas no acumulado no ano:
20 maiores altas
– feijão fradinho: 57,29%;
– limão: 51,75%;
– óleo de soja: 51,30%;
– manga: 43,70%;
– morango: 40,94%;
– arroz: 40,69%;
– peixe-tainha: 39,43%;
– abobrinha: 38,85%;
– feijão-preto: 34,47%;
– cenoura: 33,50%;
– cebola: 32,66%;
– leite longa vida: 30,38%;
– feijão mulatinho: 28,30%;
– tomate: 25,55%;
– fígado: 25,25%;
– tijolo: 22,32%;
– pera: 21,82;
– computador pessoal: 20,58%;
– peixe-filhote: 18,35%;
– correio: 18,31%.
20 maiores quedas
– passagem aérea: -55,17%;
– transporte por aplicativo: -22,74%;
– abacate: -22,35%;
– filé mignon: -20,08%;
– seguro voluntário de veículo: -11,86%;
– mochila: -11,76%;
– móvel para copa e cozinha: -11,46%;
– couve-flor: -10,48%;
– agasalho feminino: -10,04%;
– etanol:-9,74%;
– agasalho infantil: -9,43%;
– mudança: -9,16%;
– alcatra: -9,07%;
– ônibus interestadual: -9,02%;
– móvel para sala: -8,93%;
– hospedagem: -8,87;
– móvel para quarto: -8,01%;
– agasalho masculino: -8,01%;
– caderno: -7,54%;
– brinquedo: -7,50%.
As informações são do IBGE e do portal de notícias G1.