Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 1 de agosto de 2020
A Latam Airlines demitirá “ao menos” 2.700 funcionários no Brasil, incluindo pilotos, afirmou o braço brasileiro da companhia aérea neste sábado (1º), enquanto luta para cortar custos e lidar com o colapso do setor devido à pandemia da Covid-19. Em comunicado, a Latam Brasil informou que abriu um processo de demissão voluntária na sexta-feira (31), que terá prazo até 4 de agosto, após o qual serão cortados mais 2.700 empregos.
O anúncio ocorre após o colapso das negociações com o SNA (Sindicato Nacional dos Aeronautas) sobre salários dos trabalhadores, segundo o comunicado. Mais cedo, os jornais O Globo e O Estado de S. Paulo haviam divulgado que as demissões seriam feitas.
A Latam disse que paga a seus pilotos e tripulação mais do que a concorrência no Brasil, e a pandemia a forçou a “corresponder às práticas da indústria”.
As demissões são os mais recentes esforços para reduzir o tamanho da maior companhia aérea da América Latina. Antes da crise do novo coronavírus, a companhia aérea tinha 43.000 trabalhadores em todo o mundo, com a maioria no Brasil e no Chile.
A Latam está tentando reestruturar 18 bilhões de dólares em dívidas. Quando entrou com pedido de proteção contra falência nos EUA, em maio, era a maior companhia aérea do mundo até o momento a buscar uma reorganização de emergência devido à pandemia da Covid-19.
Modelo de remuneração
Em votação realizada online na sexta-feira, os tripulantes associados da Latam Airlines Brasil deliberaram por não autorizar que o SNA negocie com a empresa mudanças permanentes no modelo de remuneração.
Veja o resultado da votação:
– Comissários: 79% de votos contra a autorização para negociação, e 21% de votos a favor;
– Copilotos: 71% de votos contra a autorização para negociação, e 29% de votos a favor;
– Comandantes: 74% de votos contra a autorização para negociação, e 26% de votos a favor.
Anteriormente, em votação realizada online entre os dias 23 e 27 de julho, os tripulantes rejeitaram as propostas de ACTs apresentadas pela empresa, que tinham dispositivos que condicionavam a validade dos acordos à aprovação de mudanças permanentes na remuneração.
A votação desta sexta foi realizada devido uma condição imposta pela Latam, que para continuar negociando exige que a categoria esteja disposta a negociar uma alteração permanente, reduzindo o salário.
O SNA já requereu uma audiência de mediação no TST (Tribunal Superior do Trabalho). “Ressaltamos que o SNA já firmou mais de 60 acordos coletivos com empresas de aéreas de todos os segmentos, incluindo Gol e Azul, para enfrentamento da crise – sempre com reduções de salário e jornada temporários e com manutenção dos empregos como contrapartida”, informou o sindicato. As informações são da agência de notícias Reuters e do SNA.