Domingo, 06 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 25 de fevereiro de 2021
A secretária estadual da Saúde do Rio Grande do Sul, Arita Bergmann, acionou nesta quinta-feira (25) o último nível da fase 4 do Plano de Contingência Hospitalar, montado no início da pandemia de coronavírus, em março do ano passado. Isso significa que, a partir de agora, as instituições de saúde o Rio Grande do Sul darão prioridade total aos pacientes de Covid.
Além da suspensão imediata de todas as cirurgias que não tenham caráter de urgência ou que não representem risco para o paciente, a medida pressupõe a instalação de leitos emergenciais em salas de recuperação e em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) intermediárias.
Junto à ocupação dessas áreas, devem ser acionadas as equipes técnicas desses setores, especialmente as equipes médicas e de enfermagem. “Esgotamos a possibilidade de buscarmos alternativas para podermos acolher as pessoas, especialmente na questão dos leitos de UTI”, frisou a titular da pasta. Ela prosseguiu:
“Atualmente, 60% dos pacientes que chegam à UTI vão a óbito e esse número está aumentando. Isso, sem considerar que muitos não chegarão a esse tipo de estrutura hospitalar porque não teremos leitos. Já perdemos mais de 12 mil vidas e, se não fizermos nada, chegaremos a 200 óbitos por dia, com 15 mil perdas humanas até o dia 15 de março”.
Apelo
Arita Bergmann reforçou a necessidade de se fazer um enfrentamento coletivo à pandemia: “Precisamos de uma tomada de posição que pode não ser a que gostaríamos, mas a que se faz necessária para frearmos essa escalada do vírus. Precisamos fazer uma mudança para evitarmos o pior, que é perder vidas – amigos, familiares, colegas. E isso nos move para fazer o enfrentamento coletivo, com apoio de todos”.
De acordo com o governo gaúcho, a expansão em 125% dos leitos de UTI para pacientes adultos no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) no Rio Grande do Sul foi fundamental para evitar o esgotamento da capacidade hospitalar até agora. Mas a velocidade de propagação do coronavírus e o crescimento das internações por Covid-19 estão muito além do que a estrutura é capaz de suportar.
“Quando fizemos a primeira reunião, com todos os prefeitos eleitos, em 24 de janeiro deste ano, não imaginávamos que estaríamos hoje com 91% de taxa de ocupação dos leitos de UTI”, ressaltou a secretária. “Naquela oportunidade, estávamos com 74%. Isso significa que tudo que preparamos, em termos de retaguarda de leitos, não está sendo suficiente para atendermos as demandas diárias que temos.”
Ela finalizou a sua manifestação com mais dados indicativos da situação epidemiológica preocupante. “Temos 4.925 gaúchos internados por Covid. É um número maior do que a população de 230 municípios. Para dar conta, seriam necessários 60 novos leitos de UTI por dia. Não temos como fazer 60 leitos novos por dia. Depende de espaço, equipamentos, equipes, vários fatores”.
(Marcello Campos)
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