Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 19 de janeiro de 2021
O Rio Grande do Sul poderá contar, no futuro, com um sistema de transporte de passageiros e cargas por trens-cápsulas de altíssima velocidade. É o que prevê um acordo assinado, nesta terça-feira (19), entre o governo do Estado e a empresa norte-americana de tecnologia HyperloopTT, com apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), para estudo inicial de viabilidade entre Porto Alegre e a Serra Gaúcha.
Considerada a mais inovadora em desenvolvimento no setor, a modalidade pode alcançar 1,2 mil km/h. E não se trata apenas de velocidade, já que o sistema promete conforto e segurança superiores ao dos atuais aviões.
Segundo a HyperloopTT, uma das vantagens do sistema é ser viável comercialmente, não dependendo de recursos públicos para se manter. Além disso, é uma maneira sustentável do ponto de vista ambiental de avançar em sistemas de transporte.
Além do estudo de viabilidade técnica da rota, o acordo prevê a análise das condições ambientais, socioeconômicas e financeiras, como retorno de investimento que um projeto desta dimensão possibilita.
A pesquisa também avaliará aspectos operacionais e estruturais para criar um sistema de transporte Hyperloop ao longo da rota entre Porto Alegre e a Serra. Avaliará localizações para grandes estruturas, possíveis restrições para o alinhamento do sistema e a integração do sistema de cápsulas com a estrutura de transporte já existente, dentre outras questões.
Fundada em 2013, a HyperloopTT é uma equipe global de mais de 800 engenheiros, criativos e técnicos em 52 equipes multidisciplinares, com 40 parceiros corporativos e universitários. Seu modelo de negócios pioneiro vem sendo estudado em universidades de ponta como Harvard.
O Centro Europeu de P&D da HyperloopTT no Aerospace Valley em Toulouse, França, é o local de testes do primeiro e único sistema completo de cápsula de passageiros do mundo.
Em 2019, a HyperloopTT lançou o primeiro estudo abrangente de viabilidade analisando um sistema de hyperloop, que constatou que o sistema é econômica e tecnicamente viável e que gerará lucro sem exigir subsídios governamentais.
Com sedes em Los Angeles (EUA) e Toulouse (França), a HyperloopTT tem escritórios em Abu Dhabi e Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, Bratislava (Eslováquia), Barcelona (Espanha) e São Paulo.
Até agora, a HyperloopTT já assinou acordos nos Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos, França, Alemanha, Índia, China, Coreia do Sul, Indonésia, Eslováquia, República Tcheca e Ucrânia.
Manifestações
Conforme o fundador e presidente da HyperloopTT, Dirk Alhborn, o estudo demonstrará que o sistema é sustentável, tanto do ponto-de-vista econômico quanto ambiental. Ele prevê que a iniciativa suprirá uma demanda considerável, no Brasil, por transporte de qualidade, em altíssima velocidade. “É uma satisfação enorme termos o governo do Rio Grande do Sul como parceiro nessa iniciativa”, acrescentou.
O governador Eduardo Leite, por sua vez, complementou: “O acordo de hoje pode ser considerado bastante futurista, mas cogitamos analisar viabilidade do projeto e, assim, lançar a primeira ideia para que, quem sabe logo adiante, possamos confirmar as condições de viabilizar o hyperloop, uma alternativa economicamente viável, segura e sustentável”.
Quem também destacou a relevância do projeto foi o secretário estadual de Inovação, Ciência e Tecnologia, Luís Lamb: “Esse acordo é uma oportunidade de avaliarmos, através da UFRGS e da empresa, uma das tecnologias de potencial impacto global no setor de transportes para as demandas da sociedade gaúcha, possibilitando benefícios em diversas áreas”.
(Marcello Campos)
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