Terça-feira, 21 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 6 de abril de 2016
O juiz federal Sérgio Moro, que conduz as investigações da Operação Lava-Jato em Curitiba (PR), enviou ofício ao STF (Supremo Tribunal Federal) dizendo que mandou gravar conversas do telefone do escritório do advogado Roberto Teixeira, que defende o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sem saber que o número era usado também por todos os outros funcionários do local. Moro afirmou que, no pedido de interceptação telefônica feito pelo MP (Ministério Público), o número foi citado como de propriedade da empresa LILS Palestras, de propriedade de Lula. De acordo com o juiz, o número foi alterado durante as investigações.
Moro anexou documento do MP dizendo que houve ausência de boa-fé dos investigados, porque, depois que a linha telefônica passou a ser monitorada, foi alterada a indicação do telefone da empresa LILS Palestras no cadastro do CNPJ. “Foi indicado novo número de telefone inexistente”, diz documento assinado por integrantes da força-tarefa, liderada pelo procurador Deltan Martinazzo Dallagnol. “Tal situação, que revela possível alteração de provas, tem o propósito de levar a erro as autoridades judiciais quanto a pertinência da indicação do terminal”, concluem os investigadores.
As escutas dos telefones de Teixeira foram autorizadas no âmbito das investigações contra Lula, que é suspeito de ter sido beneficiado ilegalmente com reformas em um sítio em Atibaia e um triplex no Guarujá (SP). (AG)