Mundo Agência de notícias processa o FBI por fabricar notícia falsa
Por Redação O Sul | 29 de agosto de 2015
A agência de notícias AP (Associated Press) processou o FBI (a polícia federal norte-americana) por fabricar uma notícia falsa a respeito do rastreamento de um adolescente, suspeito de fazer ameaças de bomba contra um instituto do Estado de Washington (EUA).
A ação conjunta da AP e da organização Reporters Committee for Freedom of the Press é especificamente contra o FBI e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, órgão ao qual a agência é submetida.
Segundo o documento, a agência de jornalismo descobriu em outubro de 2014 que um agente do FBI tinha se passado por um membro da AP para que um suspeito instalasse um software de vigilância em seu computador sem se dar conta.
O FBI enviou um tipo de software de vigilância, conhecido como Cipav (Protocolo de Verificação de Endereços de Internet), com o qual rastreia e compila dados de localização de suspeitos que vigia eletronicamente.
Na ação, a AP sustentou que o FBI, que contava com uma ordem judicial, pretendia seguir a pista de um jovem que havia lançado uma série de ameaças de bomba contra a escola secundária Timberline, localizada perto da cidade de Lacey, no Estado de Washington.
Para que instalasse o software de vigilância, o FBI enviou ao suspeito um e-mail com links para notícias falsas, intituladas “Ameaça de bomba na escola de ensino médio mitigada pelo departamento de polícia local” e “Estudante de Tecnologia sequestra instituto de Timberline”.
A agência acusou o FBI de atribuir estas notícias à AP.
Com base nisso, a AP e a organização RCFP pediram ao Departamento de Justiça e ao FBI que expliquem em quantas ocasiões e sob que circunstâncias se passaram por membros da imprensa para obter informações para suas investigações.
O processo se ampara na Lei de Liberdade de Informação, que permite aos cidadãos e às organizações norte-americanas solicitar judicialmente a divulgação de documentos governamentais de interesse público.
A AP alegou já ter pedido por carta, sem sucesso, a informação sobre o uso de identidades de jornalistas ao ex-procurador-geral dos EUA, Eric Holder, com quem teve tensas relações, especialmente no fim de seu mandato (2009-2015). (Efe)
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