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Mundo Aliados de Donald Trump querem retirar a verba milionária de uma clínica ginecológica de baixo custo que oferece anticoncepcionais, abortos e exames de aids nos Estados Unidos

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Entidade recebe 555 milhões de dólares anuais do governo dos EUA. (Foto: Planned Parenthood/Divulgação)

Há oito anos, a estudante de artes Lindsey James, 24 anos, realiza todos os seus exames ginecológicos em uma clínica da organização PP (Planned Parenthood) na cidade universitária de Kent, no Estado norte-americano de Ohio. Na última semana, ela se juntou a professoras e colegas para leiloar obras de artistas locais. A iniciativa arrecadou 7 mil dólares (25 mil reais) para a rede, que pode perder os 555 milhões de dólares anuais que recebe do governo dos Estados Unidos.

A previsão de suspender por um ano a verba federal para a PP está no projeto apresentado por representantes do Partido Republicano e que o Senado deve votar esta semana, em mais uma etapa da substituição do chamado “Obamacare” (a reforma do sistema de saúde implementada pelo então presidente Barack Obama) pelo “Trumpcare”.

Apesar de o aborto ser legal nos Estados Unidos desde 1973, os líderes do partido argumentam que o contribuinte não deve financiar uma organização que realiza abortos. O prazo de um ano é para que a instituição pare de oferecer o procedimento, caso queira manter o recebimento da verba.

O parágrafo sobre a Planned Parenthood, no entanto, pode colocar em jogo a própria aprovação do texto.  Duas senadoras republicanas, Susan Collins e Lisa Murkowski, já disseram que não apoiarão a proposta de corte orçamentário à entidade. Com maioria apertada, o partido só pode ter duas deserções. Mas a concessão irritaria os numerosos correligionários antiaborto.

Para Lindsey, é “muito frustrante” pensar que a PP pode perder o financiamento por causa da oposição dos congressistas ao aborto. “A organização vai além disso. Esses são argumentos de pessoas sem informação.”

Planos privados

Os reembolsos e fundos de programas como o Medicaid representam 4 dólares de cada 10 dólares recebidos pela rede, que presta atendimento mediante planos de saúde e consulta particular. Apesar de não especificar onde é usada a verba federal, a PP nega que o dinheiro vá para procedimentos de aborto. Em seu relatório anual, descreve apenas que 63% dos gastos são com “serviços médicos”, 18% com serviços não considerados médicos e o restante com administração.

Para pacientes como Lindsey, sem plano de saúde e com baixa renda, a organização subsidia testes e procedimentos. A estudante diz que chega a pagar 50% do valor de exames como papanicolau e mamografia, que normalmente custam 200 dólares. O valor mínimo do aborto, com pílula, é 475 dólares.

A professora Janice Lessman-Moss, 63 anos, idealizadora do leilão, diz ter sido uma “paciente muito grata” da PP há quatro décadas. “Hoje tenho um plano de saúde porque trabalho, mas, para muitas jovens, eles representam uma necessidade social fundamental.”

A organização afirma que o aborto representa 3% de todos os serviços que presta por ano. Em 2015, foram 328,3 mil abortos (quase 900 por dia) procedimentos mediante aspiração, cirurgia ou ingestão de pílulas. Os movimentos antiaborto contestam o dado, dizendo que o número não deve ser comparado com serviços como teste de gravidez ou distribuição de anticoncepcionais -que superam 1 milhão.

Para eles, o cálculo deve ser feito sobre o número de pacientes da Planned Parenthood (2,4 milhões anuais), o que demonstra que um em cada sete pacientes procura a organização para interromper a gravidez. Eric Scheidler, da Liga de Ação Pró-Vida, critica o acesso da PP aos pacientes do Medicaid (a assistência governamental aos pacientes mais pobres), “para quem também será vendido o aborto”.

Ele lembra os vídeos de 2015 que supostamente mostravam uma diretora da organização negociando tecidos de fetos – os quais a organização alega terem sido forjados. Scheidler diz que, mesmo que o dinheiro do contribuinte não pague abortos, “ele é usado para chamar a atenção para a organização e faz com que mais pessoas procurem suas clínicas para aborto”.

Janice considera a ênfase ridícula: “Querem parar tudo por causa de um dos serviços que eles oferecem, e que na minha opinião é uma necessidade”. Segundo pesquisa realizada em maio pelo Instituto Gallup, 29% da população concorda com esse pressuposto. Já para 50% dos americanos, o aborto deveria ser legal em determinadas circunstâncias, ao passo que 18% defendem a sua proibição.

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