Quarta-feira, 30 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 26 de fevereiro de 2016
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Imaginem se fosse uma amante de Lula que tivesse a prosaica preferência de cavalgar nua à noite apenas com botas de montaria em uma fazenda pertencente ao presidente da República? As manchetes, piadas e charges seriam pródigas em edições extras. O fato de termos reproduzido aqui as supostas memórias do jornalista Mino Pedrosa, assessor do ex-presidente FHC sobre a também suposta mania da jornalista Miriam Dutra cavalgar nua como Lady Godiva nem de longe quer tirar o aspecto politico da questão.
Afinal ela também revelou que o BNDES concedeu generosos empréstimos à Rede Globo que a “deportou” para a Europa com o suposto filho do Príncipe das Astúrias. Se dinheiro público foi utilizado para manter a amante no “dolce far niente” no velho continente estamos diante de crime de corrupção e é preciso investigar todos os documentos referentes aos empréstimos concedidos a Globo naqueles dias.
Quanto a ter uma amante, duas ou mais isto não constitui novidade alguma. Segundo a jornalista e professora de História Marcia Raspanti a Editora Record acaba de lançar o livro “Amantes: uma história da outra”, que segundo a editora, é uma “picante mistura de história, biografia e panorama cultural”, que destrincha as motivações e virtudes das mulheres, fictícias ou reais, que foram dispostas à margem da sociedade ao se verem na posição de amantes. “Com estilo vívido, a pesquisadora Elizabeth Abott retrata a intimidade dessas mulheres através dos séculos: das concubinas chinesas às amantes reais europeias e consortes clandestinas de padres (nada) celibatários. Também desconstrói a figura de garotas de mafiosos, a ideia da amante como troféu e o poder das amantes modernas”.
Enfim, é difícil separar a fofoca dos fatos, mas, sem dúvida, essas mulheres teriam muito a nos contar sobre os bastidores da História do Brasil. O jornalista Elio Gaspari apimenta ainda mais a relação das atividades de alcova quando revela que “em 1974, Roberto Campos, o corifeu do liberalismo brasileiro, ex-ministro do Planejamento e embaixador na Inglaterra, tinha uma namorada. Chamava-se Marisa Tupinambá. Para tê-la por perto, aninhou-a na embaixada do Brasil em Paris. Um ano depois, demitida, ela foi para Londres, onde recebia uma mesada da Odebrecht. Isso mesmo a Odebrecht da Operação Lava-Jato.
Campos, voltou ao Brasil, em 1978, e os dois continuaram a encontrar-se até que brigaram na noite de 28 de abril de 1981. No dia seguinte, informou-se que Campos fora assaltado e esfaqueado no centro de São Paulo. Dezenas de pedestres suspeitos foram presos. Era tudo mentira. Tupinambá o esfaqueara num apart-hotel a quilômetros de distância do “assalto”. Ela publicou sua história no livro “Eu fui testemunha”. Conta à lenda que outra empreiteira comprou toda a edição”. Mais alguns amores clandestinos: Imperador Dom Pedro I (1822 a 1831): casado com a Imperatriz Leopoldina, gozava os carinhos alternativos de Domitila de Castro Canto e Melo, a “Marquesa de Santos”;
Conta-se que o presidente Washington Luís teria levado um tiro de uma amante francesa (ou italiana) Elvira Vishi Maurich em pleno Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. Getúlio Vargas (1930-1945): casado com Darcy Vargas, era apaixonado por sua amante, Aimeé Lopes, mulher de seu chefe de gabinete Luis Simões Lopes. Abandonado por ela, Getúlio foi curar a depressão com a “Vedete do Brasil”, Virginia Lane. Juscelino Kubitschek (1956 a 1961): casado com Sarah Kubitschek de Oliveira, teve um romance secreto por quase 18 anos (1958/1976), com Maria Lúcia Pedroso, mulher de seu assessor, José Pedroso. João Goulart (1961 a 1964): casado com Maria Teresa apaixonou-se perdidamente por Angelita Martinez, a “Rainha das Vedetes” do teatro rebolado de 1958, no Rio, e depois pela jovem uruguaia Eva Deleón Gimenez, com quem (dizem) ficou até sua morte em 1976.
Presidente Jânio Quadros (janeiro a agosto/1961): casado com Eloá do Vale Quadros, enquanto governador do Estado de São Paulo teve um caso com a escritora Adelaide Carraro, e outro não confirmado com Hebe Camargo. João Batista Figueiredo (1979 a 1985); casado com Dulce Figueiredo, copiou Vargas e Jango; teve por amante a digitadora do SNI, Edine Souza Correia, e depois a empresária carioca Myrian Abicair, e também foi alvo de um processo para reconhecimento de paternidade.
Não uma agenda, mas três, oito telefones celulares e um computador portátil complicaram a vida de muitos políticos, empresários e lobistas de Brasília. O material pertencia a Jeany Mary Corner, a mulher de 53 anos apontada como uma das maiores cafetinas do Distrito Federal, protagonista da queda do então ministro da Fazenda Antônio Palocci, em 2006, em pleno mensalão. Querem mais? É só dedicar um tempinho para as histórias atrás da história!
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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