Domingo, 27 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 16 de agosto de 2017
O ex-senador boliviano Roger Pinto Molina morreu, aos 58 anos, na madrugada desta quarta-feira (16) em Brasília. Ele estava internado em estado grave no Hospital de Base desde sábado (12), quando sofreu um acidente de avião. Segundo a Secretaria da Saúde, o político teve parada cardiorrespiratória e não respondeu às manobras de reanimação.
O corpo foi encaminhado para o IML, por se tratar de acidente aéreo. Molina deu entrada na UTI com diversas fraturas pelo corpo e com traumatismo craniano. A equipe médica chegou a fazer drenagens nos dois lados do tórax e uma traqueostomia – abertura no pescoço para a respiração artificial – de urgência.
O acidente
O acidente com o boliviano ocorreu após a decolagem do avião de pequeno porte que ele pilotava no Aeroclube de Luziânia (GO), cidade localizada no entorno do Distrito Federal. Os bombeiros prestaram os primeiros atendimentos e informaram que Molina tinha várias lesões pelo corpo, mas estava consciente.
Um helicóptero da corporação transportou o ex-senador para Brasília. O monomotor pertencia ao político, de acordo com registro na Agência Nacional de Aviação Civil, e tinha capacidade apenas para o piloto e um passageiro. Molina faria apenas um sobrevoo visual pela região e retornaria ao aeroclube. A Força Aérea Brasileira investiga as causas do acidente.
Asilo
O ex-senador boliviano ficou conhecido no Brasil em 2013, quando ele buscou asilo político alegando perseguição do então presidente Evo Morales. Molina refugiou-se na embaixada brasileira em La Paz no dia 28 de maio de 2012. Em 8 de junho do mesmo ano, o Brasil concedeu asilo ao senador. A decisão foi criticada pela Bolívia.
Sem conseguir um salvo-conduto do governo boliviano, Roger Pinto Molina viveu mais de um ano no edifício da embaixada brasileira em La Paz. A viagem entre a capital boliviana e a cidade de Corumbá (MS) foi feita em um carro da embaixada do Brasil, com apoio de fuzileiros navais. A vinda dele foi investigada pelo Itamaraty.
Molina é sogro de Miguel Quiroga, piloto do avião que caiu com a delegação da Chapecoense, em novembro do ano passado, na região de Medellín, na Colômbia. Quiroga era casado com Daniela Quiroga, filha de Molina, e tinha três filhos. Ele também era o proprietário da empresa LaMia. Na época, o ex-senador chegou a pedir perdão às famílias das vítimas do acidente.
“Queremos dizer para os milhões de brasileiros, especificamente para os familiares, filhos, pais e irmãos de Chapecó, que sentimos muito. A palavra desculpa não resolve nada. Mas queremos pedir perdão se foi um acidente que poderia ser evitado ou não. A capacidade e a vontade do nosso filho não está em questão, as investigações vão estabelecer o grau de responsabilidade”, disse. (AG)
Avião caiu logo após decolar. (Foto: Divulgação)