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Por Redação O Sul | 10 de agosto de 2019
A ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) iniciou uma articulação para que o presidente Jair Bolsonaro receba e converse com os candidatos da lista tríplice para o comando da PGR (Procuradoria-Geral da República). O presidente da associação, Fábio George Cruz da Nóbrega, reuniu-se com o ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno, para tratar do assunto.
Na conversa, de acordo com interlocutores, Fábio George defendeu a importância da lista tríplice, afirmou que o processo garante transparência na escolha do PGR e legitimidade perante os pares, e pediu ajuda do general Heleno para viabilizar encontros dos candidatos da lista tríplice com o presidente Bolsonaro, para que possam expor suas ideias e se apresentar. Heleno é um dos principais conselheiros do presidente.
Até agora, Bolsonaro já recebeu diversos nomes cotados para o cargo, mas nenhum deles era integrante da lista tríplice, composta, em ordem de votos, pelo subprocurador Mario Bonsaglia, subprocuradora Luiza Frischeisen e pelo procurador regional Blal Dalloul.
Bolsonaro teve sucessivos encontros com Augusto Aras, subprocurador citado nos bastidores do Palácio do Planalto como o mais forte candidato, e também recebeu nesta semana o subprocurador Paulo Gonet, ligado ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e apoiado por uma ala do PSL, o procurador regional Lauro Cardoso e dois integrantes da cúpula do Ministério Público Militar, o procurador-geral militar Jaime Miranda e o subprocurador de Justiça Militar Marcelo Weitzel.
O presidente ainda não confirmou se receberá os integrantes da lista tríplice. Na manhã desta sexta, porém, Bolsonaro afirmou que pode adiar a escolha do PGR até a sexta-feira da próxima semana – antes, ele havia dito que o anúncio sairia até segunda-feira. Caso esse adiamento realmente ocorra, isso daria espaço na agenda para conversar com os candidatos da lista tríplice.
Organizada pela ANPR em uma votação entre todos procuradores da República do Brasil, a lista tríplice vem sendo respeitada desde 2003 pelos presidentes da República na escolha do PGR, mas não existe uma obrigação legal para que ela seja seguida. Pela Constituição, a indicação do PGR cabe ao presidente da República, mediante aprovação no Senado.
Neste ano, em um processo atípico, além da lista tríplice, diversos outros nomes se lançaram ao cargo por fora do processo. Dentre eles está Augusto Aras e também a atual procuradora-geral da República Raquel Dodge.