Quinta-feira, 11 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de setembro de 2025
Um funcionário da agência do Banco do Brasil na cidade de Bom Jesus (Região Nordeste do Estado) foi preso preventivamente pela Polícia Civil, além de ter suas contas e bens bloqueados por ordem judicial. Ele é suspeito de aplicar mais de R$ 1 milhão em golpes financeiros contra mais de 30 clientes da instituição.
Correntistas idosos compõem a maioria das vítimas. De acordo com os investigadores, elas foram atraídas para a fraude com ofertas tentadoras de liberação de empréstimos cujos pedidos anteriores haviam recebido resposta negativa da gerência, devido a problemas relacionados a pendências bancárias ou não enquadramento no perfil exigido.
O estelionato era cometido com o fornecimento de informações particulares e reconhecimento facial-biométrico pelas vítimas, de forma espontânea. Esses dados serviam então para o suposto envolvido emitir cartões de crédito e então efetuar compras em nome dos indivíduos enganados – houve quem perdesse mais de R$ 20 mil. A Polícia Civil constatou que alguns dos cartões obtidos de modo fraudulento foram utilizados no comércio local.
Uma sindicância foi aberta pelo Banco do Brasil e resultou no afastamento do funcionário. Ele também foi alvo de ao menos quatro mandados de busca e apreensão, cumpridos por agentes em endereços ligados ao bancário, No roteiro, os municípios de Canela e São Francisco de Paula, ambos na Serra Gaúcha.
Outro golpe
Por meio do site pc.rs.gov.br, a Polícia Civil gaúcha detalha outra modalidade de fraude que tem atingido vários gaúchos. Trata-se do “golpe do falso intermediário”, por meio do qual os criminosos recorrem a expedientes bem elaborados para enganar as vítimas, no que hoje é conhecido como “engenharia social”.
Conforme a titular da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas (3ª DP), Luciane Bertoletti, o modus operandi dos criminosos não é novo, mas utiliza “novos contornos a cada nova investida”. Ela comandou uma operação contra esse tipo de crime em junho, quando foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão e dez ordens de prisão temporária nas cidades mato-grossenses de Várzea Grande e Cuiabá.
Como funciona: a fraude tem como ponto de partida a publicação do anúncio de algum bem, geralmente veículos, em plataformas digitais, seja em marketplaces de redes sociais ou em sites especializados em compra e venda de produtos seminovos. Além disso, geralmente esse esquema prejudica comprador e vítima.
O criminoso identifica um anúncio real publicado por um vendedor idôneo. Ele copia fotos, descrição e detalhes do produto e republica essas informações em outro anúncio, oferecendo o mesmo bem por um preço mais atrativo. Assim, atrai potenciais compradores.
Quando alguém se interessa, a potencial vítima entra em contato com o vendedor acreditando negociar com o verdadeiro dono do produto. O golpista, então, combina a visita para ver o bem, mas orienta o comprador a não comentar sobre o valor negociado, alegando que o anúncio original é apenas uma ‘referência.
No desenrolar da conversa, acreditando estar comprando o bem de um verdadeiro vendedor, o cliente faz a transferência do valor para uma conta indicada pelo golpista, gerando assim um prejuízo para o comprador, já que na hora de efetivamente obter o bem, descobre que o vendedor era outra pessoa.
O vendedor, que nada recebeu, também se vê envolvido em uma situação delicada, já que muitas vezes a vítima acredita ter sido enganada por ele. Em alguns casos, o golpista assume o papel de apenas ser o intermediador que conversa tanto com o comprador, quanto com o vendedor, enganando as duas pessoas.
Para não se tornar uma vítima, é importante sempre desconfiar de preços muito abaixo do mercado. Igualmente importante é verificar se o contato foi feito diretamente pelo canal oficial da plataforma onde está o anúncio (evite dar andamento em negociações com pessoas que chamam por outros canais que não o oficial oferecido pela plataforma).
Nunca realize pagamentos a terceiros que não estejam vinculados diretamente ou formalmente com o anúncio. No momento da visita, se houver, indague sobre valores, formas de pagamento e destinatários e, ao fazer uma transferência, cheque as informações de destinatário.
Caso tenha caído no golpe, realize o registro do Boletim de Ocorrência. Reúna informações como prints, links e comprovantes de pagamento. Registre ocorrência na delegacia mais próxima ou em delegaciaonline.rs.gov.br.
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