Segunda-feira, 14 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 13 de março de 2022
O presidente Jair Bolsonaro disse no fim de semana que qualquer um pode ser trocado em seu governo, com exceção dele próprio e do vice-presidente Hamilton Mourão. “Todo mundo pode ser trocado”, disse, quando questionado por jornalistas sobre a possibilidade de mudar o presidente da Petrobras, o general Joaquim Silva e Luna, após o reajuste dos combustíveis anunciado pela empresa. Ele ressaltou, porém, que ninguém falou em mudanças no comando da Petrobras.
O presidente lembrou que, pelo cargo que ocupa, se considera o acionista majoritário da estatal, que também possui ações no mercado financeiro. “Então, eu dou os meus palpites, minhas sugestões, diretamente ao presidente (da empresa) quando se faz necessário. Mas isso não é interferência. São sugestões apenas que eu faço”, relatou.
O presidente também deu a entender que não conversou com o general Luna após a decisão do chefe da Petrobras de reajustar os combustíveis. “Certas coisas não precisam comentar. Ele vai ligar para mim para perguntar ‘está satisfeito com o reajuste?’ Não vai. Ele sabe o que eu penso disso e o que qualquer brasileiro pensa disso”, disse. “Agora, o brasileiro tem de entender que quem decide esse preço não é o presidente da República. É a Petrobras com os seus diretores e o seu conselho.”
Sem canetada
Da mesma forma, Bolsonaro também descartou a possibilidade de mudar os preços dos combustíveis “na caneta”. “Não existe isso. Se você efetuar uma medida dessa aí, explode. Quando você fala, o preço do combustível está atrelado ao valor do petróleo lá fora e ao dólar aqui dentro. Se você tomar certas medidas, você simplesmente causa um caos na economia”, explicou. “Não adianta você reduzir na canetada em R$ 1 o preço do combustível se o dólar vai para R$ 7.”
O presidente disse ainda não ter conversado com os caminhoneiros sobre reajustes nos preços de combustíveis, mas disse estar ciente de que estão “chateados”. “Peço a compreensão deles. Entendo que a partir de hoje… ontem subiu sim, R$ 0,90 o preço do diesel, mas hoje (sábado) diminuiu R$ 0,60. Espero que na ponta aqui, na bomba, esse valor se faça presente.”
Troca-troca
Desde que assumiu o comando do Palácio do Planalto, em 2019, o presidente Jair Bolsonaro (PL) realizou 30 reformas ministeriais. Em 2021, esse número foi o maior do mandato – ao todo, o chefe do Executivo fez 14 trocas de ministros em seu governo.
A mais recente, em agosto do ano passado, acomodou Bruno Bianco, ex-integrante da equipe econômica, na Advocacia-Geral da União. Ele assumiu o posto após seu antecessor, André Mendonça, ser indicado por Bolsonaro para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).
Das 30 trocas ministeriais, 3 foram realizadas em 2019 e outras 13 em 2020. O elevado índice em 2021 tem a ver com a alocação do Centrão no primeiro escalão de Bolsonaro. Em busca de apoio no Congresso Nacional, o presidente cedeu três grandes pastas do Executivo para o bloco de parlamentares: Casa Civil, Secretaria de Governo e Ministério da Cidadania.