Sábado, 05 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 2 de janeiro de 2021
Enquanto o Brasil se aproxima da marca de 200.000 mortes decorrentes do novo coronavírus e diversos países impõem medidas mais rígidas para combater a pandemia, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) abriu o ano de 2021 provocando ainda mais aglomerações. Ele esteve na sexta-feira (1) na Praia Grande, no litoral paulista e, ao passear de lancha, decidiu pular no mar e se reunir com os presentes.
O vídeo do ocorrido foi postado pelo próprio Bolsonaro em suas redes sociais. Vestindo uma camisa do Santos e acompanhado por seguranças, Bolsonaro foi recebido aos gritos de “mito” por parte dos banhistas, todos sem máscara. Ainda foram registrados xingamentos ao governador de São paulo, João Doria (PSDB).
Apesar de o Estado ter voltado à fase vermelha, a mais restritiva em relação às normas de isolamento social, diversas cidades do litoral paulista ignoraram a determinação de Doria e tiveram uma tarde de praias lotadas.“O povo está aqui na praia. Nem vou falar que tem aglomeração. Como eu disse no começo, nós temos que enfrentar, tomar conta dos mais idosos, quem têm comorbidade. Toca a vida. E economia tem que andar de mão dada com a vida”,afirmou Bolsonaro na última quarta-feira, 30 de dezembro.
O presidente passa férias desde a última segunda-feira, 28 de dezembro, no Forte dos Andradas, em Guarujá, que possui uma pequena praia privada de aproximadamente 400 metros de extensão, chamada Monduba. De lá, o presidente tem como costume atravessar de jet ski ou lancha para a Praia Grande.
Guarujá também fechou as praias no dia 31 de dezembro, mas após diversos registros de invasores, queima de fogos e aglomerações, optou por reabrir às 11h da sexta (1). A prefeitura alega que “a situação está controlada na cidade” e registra apenas “aglomerações pontuais”, mas sem ocorrências graves ou detenções.
Nesta tarde, João Doria fez novas críticas à postura de Bolsonaro. “No momento em que o Brasil precisa de paz e atitudes para combater a pandemia e salvar vidas, o presidente Jair Bolsonaro nos ataca mais uma vez, covardemente. A inoperância e o negacionismo do governo desse presidente estimularam a morte de 194 mil brasileiros para a covid-19″, escreveu Doria no Twitter. “Bolsonaro gosta mesmo é do cheiro da morte, do cheiro da pólvora e do cheiro do dinheiro das rachadinhas. Presidente: trabalhe mais e fale menos.”
Janaína Paschoal
A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP), articuladora do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, voltou a dizer no sábado (2) que não vê motivos para a destituição do presidente Jair Bolsonaro.
“Apesar das muitas divergências que tenho com ambos, por enquanto, não vejo elementos para impeachment, nem de Dória, nem de Bolsonaro! Para os mal informados, esclareço que não precisa ser Deputado, nem Advogado, para pedir impeachment!”, escreveu a deputada.
“Quando eu vi elementos, assumi todos os riscos e pedi os impeachments que entendi necessários. Não me arrependo! Se não têm coragem para fazer o que eu fiz, vão infernizar a vida de outro! Não tenho como responder email por email. Já fica aqui uma resposta coletiva!”, disse ainda.
Em resposta a Janaina Paschoal, o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, escreveu: “Crime contra a saúde pública, interferências na PF e na ABIN, contratação superfaturada de insumos para cloroquina. Mas o que justifica impeachment pra você é ‘pedalada fiscal’. Sei.”.