Segunda-feira, 07 de outubro de 2024
Por Redação O Sul | 31 de março de 2024
A fabricante chinesa de smartphones Xiaomi entrou oficialmente no mercado de veículos elétricos com preços agressivos. Na última semana, num evento do setor em Pequim, a marca apresentou os valores do modelo SU7, num patamar R$ 20 mil mais barato que o modelo concorrente da Tesla.
O cofundador da Xiaomi, Lei Jun, detalhou o que o modelo básico começa a ser vendido por 215.900 yuans, cerca de R$ 149 mil, enquanto o Modelo 3 da montadora americana do CEO Elon Musk é comercializado no país asiático a partir de 245.900 yuans, ou R$ 170 mil.
Apesar de ser a principal estratégia da empresa para dar os primeiros passos no agressivo mercado de veículos elétricos, o executivo reconheceu que o preço significaria que a empresa vai vender cada carro com prejuízo, informou o canal americano CNBC.
Já o SU7 Max, aposta da marca para concorrer com o Taycan elétrico da Porsche, sai por 299.900 yuans, o equivalente a R$ 207 mil.
Lei afirmou que a versão padrão do SU7 – disponível em azul-turquesa, verde e cinza – superou o modelo da Tesla em mais de 90% das especificações, e que os aspectos restantes podem ser alcançados pela marca em “três a cinco anos”. Ele detalhou que o sedã tem uma autonomia mínima de 700 km, contra os 606 km do Modelo 3.
Geladeira e persiana
O cofundador da Xiaomi disse ainda que a fábrica, totalmente automatizada, consegue produzir um veículo em 76 segundos. Segundo a Bloomberg, a marca pretende iniciar as entregas em massa até o fim de abril, mas não há informações sobre vendas no exterior.
Para evitar atrasos na obtenção da aprovação regulatória, a fabricante firmou uma parceria com a estatal Beijing Automotive Group Co. Os carros estarão à venda em 59 lojas em 29 cidades chinesas.
Apenas 27 minutos após o lançamento, as pré-encomendas do modelo SU7 alcançaram 50 mil pedidos, informou a fabricante numa postagem nas redes sociais. Segundo a marca, pedidos antecipados terão brindes adicionais, como uma geladeira embutida e persiana personalizada para a janela frontal.
O sedã ainda traz acessórios como um porta-luvas adequado para notebook e proteção UV de camada tripla no para-brisa. O veículo suporta Car Play da Apple e pode ser integrado ao iPad, disse o cofundador. Ele também revelou tecnologia de assistência ao motorista para rodovias e cidades, que estará totalmente disponível na China em agosto.
Ainda de acordo com a Bloomberg, o anúncio da linha SU7 e da data de lançamento provocou um salto nas ações da Xiaomi, mesmo sem a divulgação dos preços. Após o lançamento, os papéis da empresa negociados nos Estados Unidos subiram 12%.
Os investidores aplaudiram a diversificação do estagnado negócio de smartphones, mas a Xiaomi ainda tem muito a provar ao entrar numa categoria de produtos totalmente nova.
Tal como a Apple nos EUA, a Xiaomi viu a oportunidade de expandir para os veículos eléctricos numa altura em que os carros estavam a adicionar mais electrónica e conectividade – embora a Apple tenha cancelado seu projeto em fevereiro.
“Não esperava que a Apple desistisse”, disse Lei no palco em Pequim, diante de uma audiência de dezenas de milhões de pessoas nas plataformas de streaming chinesas.