Quinta-feira, 06 de março de 2025
Por Redação O Sul | 2 de outubro de 2024
O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, condenou o alastramento do conflito no Oriente Médio marcado por “escalada após escalada”. Para António Guterres, a situação deve parar. Ele destacou que é absolutamente preciso um cessar-fogo. Ele manifestou extrema preocupação com escalada do conflito no Líbano.
A nota foi emitida pelo porta-voz do líder das Nações Unidas, após informações de agências de notícias sobre o início de ataque de mísseis do Irã ao país. “Condeno a ampliação do conflito no Oriente Médio, com escalada após escalada. Isso precisa parar. Precisamos absolutamente de um cessar-fogo”, disse ele na terça-feira (1°).
Já em sessão do Conselho de Segurança das Nações Unidas nessa quarta-feira (2), Guterres fez mais um apelo urgente por um cessar-fogo imediato no Oriente Médio. Ele descreveu a situação na região como estando “prestes a se tornar um inferno”, com o agravamento dos confrontos entre forças israelenses, grupos armados no Líbano e ataques de retaliação do Irã.
Israel por sua vez declarou nessa quarta-feira (2) o secretário-geral da ONU como “persona non grata” e disse que ele está proibido de entrar no país. A decisão, inédita na guerra no Oriente Médio, é um protesto pelo fato de a ONU não ter condenado “de forma inequívoca” o ataque com mísseis lançado pelo Irã ao território israelense na terça-feira (1º).
“Qualquer um que seja incapaz de condenar de maneira inequívoca o ataque hediondo do Irã contra Israel não merece pisar em solo israelense. Este é um secretário-geral anti-Israel, que dá apoio a terroristas, estupradores e assassinos”, declarou o ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, em um comunicado.
Na terça (1º), após o ataque do Irã, o secretário-geral da ONU condenou “a ampliação do conflito no Oriente Médio, escalada após escalada”, mas não se referiu diretamente ao lançamento de mísseis por Teerã.
Na diplomacia, a classificação de alguém como “persona non grata” significa que essa pessoa – geralmente um chefe de governo ou um diplomata – não é bem-vinda em um país. A “persona non grata” não é necessariamente proibida de entrar no país.
No caso de Guterres, no entanto, sua entrada em Israel também foi banida, ainda de acordo com o chanceler israelense.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também foi declarado persona non grata por Israel em fevereiro. Na ocasião, o governo israelense retaliou após Lula comparar os bombardeios na Faixa de Gaza ao Holocausto, quando milhões de judeus foram exterminados pelo regime nazista de Adolf Hitler.
Para o chefe da ONU, “cada nova escalada serve de pretexto para a próxima” Ele adicionou que esse “ciclo de violência está levando o povo do Oriente Médio direto para o precipício”.
O secretário-geral ressaltou que a tensão na fronteira entre Israel e Líbano, que já existia há anos, atingiu um novo patamar desde o último mês de outubro, com trocas diárias de disparos entre o Hezbollah e as Forças de Defesa de Israel.
A ONU estima que mais de 1,7 mil pessoas tenham sido mortas no Líbano, incluindo mais de 100 crianças. Outras 346 mil foram forçadas a deixar suas casas. Guterres alerta que o impacto sobre civis é devastador e inaceitável, enfatizando que a segurança e a integridade de toda a região estão em risco.
A escalada atingiu um ponto crítico quando o Irã lançou cerca de 200 mísseis balísticos contra Israel, em resposta às mortes de líderes do Hezbollah e do Hamas.
O secretário-geral da ONU condenou a ofensiva e avaliou que esses ataques não fazem nada para apoiar a causa do povo palestino ou reduzir seu sofrimento.
Segundo ele, a escalada militar na região também aumentou a pressão sobre Gaza, onde Israel conduz uma campanha militar que, em suas palavras, é “a mais mortal e destrutiva” desde o início de seu mandato.
Guterres reforçou que é necessário romper o “ciclo doentio de escalada após escalada” e priorizar a diplomacia para evitar uma guerra em larga escala no Líbano e um agravamento ainda maior do conflito entre Israel e Palestina. As informações são do portal de notícias G1 e da ONU.