Terça-feira, 21 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 29 de abril de 2024
Há menos brasileiros dispostos a trabalhar no exterior hoje do que antes da pandemia. É o que mostra o estudo “Decodificando o talento Global 2024”, da consultoria Boston Consulting Group (BCG). Atualmente, são 16% os interessados em sair do País. Em 2020, 70%, e em 2018, 33%.
A amostra atual da pesquisa ouviu 5.539 profissionais do Brasil em 2023, a maior parte com idades entre 20 e 45 anos e 53% mulheres.
Entre os que querem trabalhar fora, Portugal é o destino preferido. Santino Lacanna, sócio e líder da prática de pessoas e organizações do BCG no Brasil, acredita que o idioma é a principal razão disso. Afinal, segundo a pesquisa, 34% dos entrevistados apontam a língua estrangeira como barreira para trabalhar em outro país.
Veja a lista com os 10 principais destinos dos brasileiros que querem trabalhar no exterior:
– Portugal;
– Estados Unidos;
– Canadá;
– Austrália;
– Itália;
– França;
– Espanha;
– Alemanha;
– Argentina;
– Reino Unido.
Em 2020, a lista era ligeiramente diferente, mas ainda com Portugal no topo:
– Portugal;
– Canadá;
– Angola;
– Austrália;
– Alemanha;
– Estados Unidos;
– Reino Unido;
– Espanha;
– Moçambique;
– Holanda.
Forma remota
O estudo também mapeou a disponibilidade do brasileiro de trabalhar, no Brasil, para uma empresa do exterior, de forma remota. No levantamento de 2023, 78% estavam disponíveis para esse formato de trabalho, contra 82% em 2020.
Motivos
O levantamento mostra que um em cada quatro profissionais está disposto a trabalhar em outro país, sendo que 23% estão ativamente em busca de um emprego no exterior. Entre os brasileiros, essa é a vontade de 16%. Um resultado muito próximo do mesmo estudo aplicado em 2020. Mas o que move esses talentos pelo mundo é o que chama atenção desta vez. Embora 72% dos respondentes no Brasil estejam em busca de melhores salários, 76% estão atrás de melhores oportunidades para desenvolver a carreira e 54% gostariam de encontrar um trabalho mais desafiador e interessante. “Isso transcende a questão financeira”, diz Santino Lacanna.
No caso brasileiro, para 73% um outro motivo para arrumar as malas e tentar a sorte em outro país é a busca por uma melhor qualidade de vida. Mas 70% dizem que só partiriam com uma oferta concreta de emprego. Entre aqueles que efetivamente querem ir atrás de oportunidades no exterior estão os que atuam no que o estudo chama de “empregos verdes”, relacionados a temas de sustentabilidade e mudanças climáticas. Destes, metade diz que deixaria o país para trabalhar fora. “Este é um tema bastante em voga no Brasil e no mundo. O fato de o país sediar no ano que vem a COP 30 [30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas] chama atenção dos empregadores internacionais”, diz Lacanna. As informações são do jornal Valor Econômico.