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Brasil Covid-19: Instituto Butantan se diz contrário à terceira dose de vacina

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Para o diretor médico de pesquisa clínica do instituto, o momento é de ampliar a vacinação; ele não descarta dose anual de reforço

Foto: Antônio da Costa/Instituto Butantan
As doses serão entregues até meados de setembro. (Foto: Antônio da Costa/Instituto Butantan)

Diante de um estudo que demonstrou queda de efetividade da CoronaVac em idosos e do debate entre cientistas sobre a necessidade de uma dose de reforço ou revacinação desse público, o diretor médico de pesquisa clínica do Instituto Butantan, Ricardo Palacios, afirma que não há dados que justifiquem essa decisão e defende que agora é o momento de ampliar a parcela da população imunizada.

O especialista citou dados que mostram o impacto da vacina na redução da mortalidade e de internações dos idosos brasileiros, apontou algumas limitações do estudo que encontrou queda de efetividade em idosos e esclareceu que nenhuma vacina oferece 100% de proteção, daí a necessidade de ampliarmos a cobertura vacinal da população para reduzir a transmissão comunitária do vírus.

O debate sobre a necessidade de dose de reforço em pessoas acima dos 80 anos ganhou força a partir de um estudo preliminar de pesquisadores brasileiros e estrangeiros publicado na semana passada na plataforma MedRxiv em formato pré-print, ou seja, ainda sem a revisão de outros cientistas. O artigo mostrou que, nesse grupo etário, a eficácia global da CoronaVac foi de apenas 28%.

Como mostrou o Estadão, um dos autores da pesquisa, o infectologista Julio Croda, da Fiocruz, defendeu que idosos mais velhos sejam revacinados ainda neste ano, após o término da imunização do grupo prioritário.

Para Palacios, no entanto, essa proposta não deve ser feita sem que seja conhecida a efetividade da vacina contra hospitalizações e mortes nessa faixa etária. A eficácia global medida no estudo refere-se a qualquer grau da doença.

“Em termos de saúde pública, a vacina não tem como objetivo principal prevenir qualquer manifestação da doença. O esforço de vacinação é, sobretudo, para prevenir hospitalização e morte, e não há nenhum dado que nos traga preocupação de que a vacina não está funcionando para isso. Então, a revacinação neste momento é uma proposta ousada com base numa informação limitada. Não há hoje dados que justifiquem uma revacinação”, disse o diretor.

Ele ressalta, no entanto, que é provável haver a necessidade de doses de reforço anuais das vacinas contra a Covid-19 para a atualização do imunizante para as cepas predominantes no período – mesmo processo que acontece atualmente com a vacina da gripe. Isso deveria ocorrer, porém, só no ano que vem.

Palacios reconhece também que, assim como acontece com outras vacinas, o envelhecimento reduz a resposta imune do indivíduo, o que pode fazer com que mesmo pessoas vacinadas com duas doses sejam internadas e morram, como ocorreu com o sambista Nelson Sargento. Mas defende que, em termos coletivos, a vacina já vem demonstrando um bom desempenho na redução expressiva de casos graves e mortes.

“Em todas as vacinas, a gente vai ter alguém que pode não responder, que pode ter uma infecção maior. A forma de reduzir esse risco é quando você tem uma vacinação tão grande que ela começa a trazer uma diminuição de transmissão, protegendo indiretamente também os idosos. O valor da vacina é coletivo”, diz.

Por isso, ele reitera que, neste momento de escassez de vacinas no País, seja priorizada a vacinação de um maior número de pessoas em vez de oferecer novas doses a um grupo já vacinado. “A gente tem de focar esses esforços limitados em objetivos de saúde pública”, defende.

Efeitos

O diretor do Butantan diz que, embora não haja ainda dados definitivos sobre a taxa exata de efetividade da CoronaVac na faixa etária superior aos 80 anos, pesquisas com dados de hospitalizações e mortes já demonstram o benefício da vacina para esse grupo.

Um dos estudos foi feito pela Universidade Federal de Pelotas e mostrou que a proporção de mortos por Covid-19 no País com 80 anos ou mais caiu de 25% entre as semanas epidemiológicas 1 a 6 (03/01 a 13/02) para 13,1% nas semanas 13 e 14 (28/03 a 10/04), quando boa parte do grupo já havia recebido as duas doses.

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https://www.osul.com.br/covid-19-instituto-butantan-se-diz-contrario-a-terceira-dose-de-vacina/ Covid-19: Instituto Butantan se diz contrário à terceira dose de vacina 2021-05-30
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