Domingo, 06 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 13 de julho de 2022
A delegada Bárbara Lomba, da Delegacia de Atendimento a Mulher de São João de Meriti (RJ), disse nesta quarta-feira (13) que conversou com a mulher que aparece em um vídeo sendo estuprada pelo anestesista Giovanni Quintella durante um parto no domingo (10) no Hospital da Mulher Heloneida Studart, na Baixada Fluminense.
Segundo a delegada, a ligação não teve como objetivo colher informações sobre o caso, mas sim para prestar solidariedade. A policial contou que a mulher ficou sabendo do estupro nesta quarta e que ainda está muito abalada com a situação.
“Ela chorou muito. Ainda está muito abalada. A família toda está abalada”, disse a delegada.
Preservar a família
Bárbara Lomba explicou que está em contato com a advogada da família para agendar o depoimento da vítima que foi filmada e do marido dela. A delegada quer preservar a família nesse momento e dar tempo para que eles possam contribuir com as investigações.
O anestesista foi preso em flagrante pelo estupro dessa paciente durante o parto cesárea, no Hospital da Mulher, e é suspeito de ao menos mais cinco abusos na mesma situação: quando atuava como anestesista durante cirurgias das pacientes.
O médico está preso no Complexo Penitenciário de Bangu desde terça-feira (12). Ele foi isolado de outros presos por medida de segurança. Agentes da Delegacia da Mulher levaram nesta quarta o material recolhido durante as buscas para a perícia.
Mais de 20 partos
De acordo com a delegada que investiga o caso, o anestesista Giovanni Quintella participou de mais de 20 partos no Hospital Estadual da Mãe, em Mesquita, na Baixada Fluminense.
Ela disse que a Polícia Civil vai investigar todos os procedimentos que contaram com a participação do médico acusado de estupro.
As duas mulheres que tiveram parto com Giovanni no último domingo (10) estão entre as que serão ouvidas pelos investigadores. A polícia apura se todas sofreram abusos.
Solicitação
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) emitiu solicitação de esclarecimento, nesta quarta-feira (13), destinada ao médico Giovanni Quintella Bezerra.
A medida faz parte de uma das etapas para o procedimento de sindicância, que é aberta em casos de denúncia. Com isso, o anestesista, que está com a prisão preventiva decretada pela Justiça, tem 15 dias para prestar as informações solicitadas. Atualmente, Giovanni Quintella Bezerra está impedido de exercer a medicina no país, devido à suspensão provisória aprovada pelo conselho, publicada na terça-feira.
Segundo o órgão, a medida é um recurso para proteger a população e garantir a boa prática médica. Em paralelo, está sendo instaurado no Cremerj um processo ético profissional, cuja sanção máxima é a cassação definitiva do registro.
O presidente do Cremerj, Clóvis Munhoz disse que “firmamos um compromisso com a sociedade de celeridade no que fosse possível e essa suspensão provisória é uma resposta. A situação é estarrecedora. Em mais de 40 anos de profissão, não vi nada parecido. E o nosso comprometimento não acaba aqui. Temos outras etapas pela frente e também vamos agir com a celeridade que o caso exige”, explicou Munhoz. As informações são do portal de notícias G1 e da Agência Brasil.