Quarta-feira, 30 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 6 de junho de 2015
O movimento da dieta sem glúten está transformando uma das proteínas mais consumidas no mundo em uma das mais temidas e combatidas. No ano passado, figurou entre as “top 10” buscas de saúde no Google. Nos EUA, estima-se que um terço dos americanos adultos queira eliminá-la das refeições. Lá e aqui no Brasil, nos últimos anos, ela deixou as letras miúdas de embalagens e ganhou destaque em espaços nobres de supermercados. A tendência, dizem especialistas, traz consequências: mudanças de hábitos alimentares desnecessárias (em alguns casos, maléficas) e, ainda, um descrédito àqueles que, de fato, não podem consumir alimentos à base de trigo, centeio, cevada, malte e aveia.
Pesquisas vêm mostrando o aumento da prevalência das sensibilidades a alimentos na população mundial, e as proteínas do trigo estão na frente da fila. As alergias alimentares atingem 5% da população, e a do trigo está entre as mais comuns. Além disso, 1% tem doença celíaca, mal autoimune que impede a digestão do glúten e leva a complicações graves.
Um estudo publicado na revista científica Plos One diz que, na América Latina, o índice varia entre 0,46% e 0,64%. Enquanto isto, ganha popularidade o termo sensibilidade ao glúten, que afetaria entre 3% e 6%, segundo estimativas iniciais.
Paralelamente, especialistas não definem quando exatamente a tendência começou, mas supõem que o misto de novos estudos revelando males do glúten para uns, a adoração das dietas temáticas para emagrecer e, finalmente, o depoimento de celebridades acabaram levando o que era um problema restrito ao modismo. (AG)