Segunda-feira, 06 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 6 de julho de 2016
O virtual candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, elogiou nessa terça-feira à noite o ex-ditador iraquiano Saddam Hussein por “matar terroristas”, o que provocou críticas imediatas da rival democrata Hillary Clinton. “Ele era um cara mau, realmente um cara mau. Mas sabem o que ele fazia bem? Ele matava terroristas. Ele fazia isto tão bem”, afirmou a simpatizantes o magnata, que expressou um apoio morno à invasão do Iraque antes da guerra e depois manifestou oposição ao conflito.
Os Estados Unidos “não deveriam ter desestabilizado” o Iraque, agora um reduto do grupo Estado Islâmico, treze anos depois da invasão que acabou com o regime de Saddam Hussein, disse Trump.
“Eles não liam seus direitos. Eles não falavam. Eles eram terroristas. E acabou. Hoje em dia, o Iraque é a Harvard do terrorismo. Quer ser um terrorista? Vá para o Iraque, que é como se fosse Harvard”, completou o republicano, em referência à prestigiosa universidade norte-americana.
No passado, Trump afirmou que o mundo seria “100% melhor” se ditadores como Saddam ou o líbio Muammar Gaddafi ainda estivessem no poder.
Antes da invasão americana ao Iraque, o país estava listado pelos americanos como um Estado que patrocinava o terrorismo. Saddam reprimia a dissidência em seu país e utilizou gases tóxicos contra 5.000 curdos iraquianos.
A campanha de Hillary Clinton não demorou a atacar Trump por seus comentários sobre Saddam Hussein.
“Esta noite, Trump voltou a elogiar a Saddam Hussein como um grande assassino de terroristas, comentando com aprovação que ele nunca se incomodou de ler os direitos de ninguém. Na realidade, o regime de Hussein patrocinava o terrorismo”, afirmou em um comunicado Jake Sullivan, assessor da democrata.
“Os elogios de Trump a ditadores brutais, e as lições distorcidas que parece ter aprendido da história deles, demonstram novamente como ele seria perigoso como o comandante em chefe e o quão indigno ele é para o cargo que ambiciona”, completou Sullivan.
Essa não é a primeira vez que manifestações de Trump sobre política externa geram controvérsia. Uma das mais marcantes foi a ideia lançada, logo no início da campanha do republicano, de erguer um muro entre os Estados Unidos e o México para evitar a travessia de imigrantes para os Estados Unidos.
Trump também já criticou o elevado grau de engajamento militar dos Estados Unidos ao redor do mundo e disse que outros países levam vantagem em cima dos americanos e se beneficiam de sua cooperação de segurança e a presença de tropas americanas. “América primeiro”, costuma dizer o republicano.
Alguns críticos, mesmo dentro do partido republicano, dizem que suas propostas sugerem uma situação de isolamento em um mundo cada vez mais perigoso. (Folhapress)