Terça-feira, 21 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 13 de julho de 2021
O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta terça-feira (13) que uma reunião entre os chefes dos Três Poderes — como a que vem sendo articulada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux — será uma boa oportunidades para que as autoridades “conversem” e “baixem a bola”.
“Acho que é bom que sentem e conversem, baixem a bola e baixem o tom que é o melhor para nação como um todo. Temos aí essa pandemia sendo enfrentada. Os índices [da Covid] estão caindo graças à vacinação. Vamos melhorar e para melhorar é preciso que todo mundo se entenda” disse Mourão.
Fux recebeu o presidente Jair Bolsonaro na segunda (12), na sede do STF. Após o encontro, disse que articulará uma agenda que também envolva a presidência do Legislativo para discutir as “balizas” das relações entre as três instâncias.
Bolsonaro tem dado declarações que colocam em dúvida a credibilidade das urnas eletrônicas. Defensor do voto impresso, o presidente da República chegou a ameaçar com a não a realização do pleito em 2022.
Na semana passada, Bolsonaro atacou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luis Roberto Barroso, e afirmou que, se não forem “limpas” e com voto impresso, as eleições do ano que vem não serão realizadas.
As declarações provocaram reações de repúdio de partidos. O presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou que o Legislativo não aceitará “retrocesso” nem “frustração das eleições”. Barroso disse que atuar para impedir eleição configura crime de responsabilidade. Veja abaixo:
Eleições
Mourão disse que as eleições presidenciais serão realizadas no ano que vem mesmo que não seja aprovada a proposta do voto impresso auditável.
Na última sexta-feira (9), o presidente Jair Bolsonaro acusou, sem provas, o TSE de participar de fraudes e disse que “corremos o risco de não termos eleições no ano que vem”.
O general da reserva refutou a hipótese de não haver o pleito nacional. “As eleições serão realizadas”, afirmou.
“Cumpro o meu papel pelo bem do Brasil. Mas eleição vai haver, eu garanto”, afirmou.
Mourão disse ainda que ainda não tem opinião formada sobre a adoção, a partir de 2026, de um sistema semipresidencialista no Brasil. “Ainda não me debrucei sobre o assunto. Portanto, não tenho opinião formada”, disse.
Em entrevista, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), sugeriu que, para o Brasil alcançar a estabilidade política, uma das opções seria a mudança do sistema de governo, como a adoção do “semipresidencialismo” a partir de 2026.
“Nesse regime, se for o caso, é muito menos danoso que caia um primeiro-ministro do que um presidente. Quando um presidente cai, assume um vice-presidente que pode não estar alinhado com as propostas do eleito”, disse.