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Economia Economista avalia que o Banco Central é a solução, e não o problema, ao falar da pressão do presidente Lula sobre o presidente da autarquia

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Crescimento econômico, diz o especialista, não vem na canetada. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Ex-secretário de Fazenda do Estado de São Paulo, Felipe Salto avalia que o Banco Central (BC) é a solução, e não o problema, ao falar da pressão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do governo sobre o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, por uma queda na taxa básica de juros.

“O BC não coloca os juros num determinado patamar por voluntarismo”, diz ele, que retornou para o setor privado no posto de economista-chefe e sócio da Warren Renascença, onde pretende dar foco no seu trabalho às questões fiscais.

Para o economista, o momento é de segurar todas as pressões. “O espaço fiscal é zero. Não tem espaço para nenhum gasto e nenhuma renúncia fiscal”, diz ele, que prevê um déficit de R$ 120 bilhões, mesmo com as medidas de ajuste fiscal anunciadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“É importante a preocupação do governo com o crescimento. O Brasil é um País ainda muito desigual. Agora, o problema é que o crescimento econômico não vem na canetada. Ele deriva de uma série de decisões estratégicas. O presidente Lula sabe disso. Uma das coisas de que depende o crescimento é uma política monetária adequada e autônoma, como vem sendo feita desde 1999, salvo raros momentos de exceção. O BC hoje não é o problema. É a solução”.

O economista defende que é o Banco Central que está garantindo, por meio do controle da inflação, que o Brasil tenha uma imagem de respeito lá fora.

“O resto do mundo enxerga um BC que respeita o regime de metas de inflação, o que tem dado credibilidade. Isso ajuda no crescimento, porque permite juros, ao longo do tempo, menores, o que motiva o investimento. Isso é importante entender. O BC não coloca o juros num determinado patamar por voluntarismo, mas porque tem uma meta de inflação a cumprir. É preciso proteger o BC e reestruturar a política fiscal, começando pelas regras fiscais”.

Ele alerta que é urgente o governo apresentar um plano de médio prazo, que vai além de reequilibrar o Orçamento. Na sua avaliação, o anúncio de uma nova regra fiscal é fundamental. “A regra fiscal é para ontem. O governo deveria apresentar logo para acalmar o ânimo dos mercados. A gente sabe o que deu certo e o que não deu. Não tem mágica”.

Para o ex-secretário de Fazenda do Estado de São Paulo, o problema estrutural fiscal continua. “A despesa cresce muito, a composição dos gastos é ruim, e não se avalia política pública. Há anos, desde que estava na IFI (Salto foi diretor executivo do órgão de 2016 a 2022), venho falando da importância de se instituir um plano fiscal de médio prazo, a partir da ideia do PPA (Plano Plurianual), que até hoje não funcionou. O governo precisa tender para esse lado da política fiscal e deixar o BC fazer o trabalho dele”.

Salto avalia a probabilidade da reforma tributária passar ou não só dá para saber depois que o governo apresentar a sua proposta. Ele avaliou como positiva a posição do presidente da Câmara, Arthur Lira, de enviar a proposta direto para o plenário, pois mostra que o tema vai ter prioridade.

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