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Por Redação O Sul | 29 de maio de 2017
O MPF (Ministério Público Federal) apresentou uma nova proposta de acordo de leniência ao grupo J&F, controlador do frigorífico JBS. A nova proposta prevê multa de R$ 10,994 bilhões, que seriam pagos em prestações semestrais ao longo de 13 anos.
A proposição foi apresentada pela força-tarefa da Operação Greenfield, que investiga, entre outros pontos, irregularidades nos quatro maiores fundos de pensão do País: Funcef (Caixa), Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil) e Postalis (Correios).
Segundo o MPF, a multa representa 6% do faturamento das empresas do grupo em 2016. Procurada, a empresa afirmou que não comenta negociações em andamento. O valor do acordo vem sendo negociado nas últimas semanas em paralelo à delação premiada de sete executivos da empresa, na qual estes admitiram pagamento de propina a membros do governo.
A delação premiada atenua penas a serem cumpridas pelos executivos em troca de informações que auxiliem a investigação. O acordo de leniência repara os danos causados ao Tesouro e livra a empresa de punições, como proibição de firmar novos contratos com órgãos públicos.
As conversas, iniciadas no mês de fevereiro, haviam sido paralisadas porque a empresa não concordou em pagar uma multa de R$ 11,169 bilhões em 10 anos, proposta pelo MPF. Inicialmente, os executivos ofereceram pagamento de R$ 700 milhões, que foi recusado.
O MPF recusou, ainda, propostas de R$ 1 bilhão, de R$ 1,4 bilhão e de R$ 4 bilhões. Segundo o Ministério Público, a última proposta do grupo J&F a ser recusada foi de R$ 8 bilhões. A nova proposta da força-tarefa da Greenfield, de R$ 10,994 bilhões, prevê que os pagamentos sejam iniciados em dezembro deste ano. Além disso, prevê que sejam corrigidos pela taxa básica de juros, a Selic, e que deverão ser feitos exclusivamente pela holding J&F. (AG)