Quinta-feira, 18 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 25 de março de 2019
Durante uma reunião com ministros nesta segunda-feira (25), em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro disse que o momento é de foco na “pacificação” e na reforma da Previdência, sinalizando que deseja dar como superado o embate travado com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Participantes da reunião disseram que a avaliação de todos foi na direção de “não jogar mais lenha na fogueira” e “buscar uma pacificação para focar no que importa agora, a reforma da Previdência”. Bolsonaro também disse que, pessoalmente, não falou nada contra Maia e que não tem nenhum interesse em manter um “clima de rivalidade” com o presidente da Câmara. O chefe do Executivo afirmou que está disposto a conversar com ele, mas não falou em convidar o deputado do DEM para uma conversa.
Nos últimos dias, Bolsonaro e Maia trocaram farpas. O presidente da República chegou a dizer que não entendia por que o parlamentar do Rio de Janeiro estava sendo “agressivo” com ele. O presidente da Câmara respondeu que bastava dar uma olhada nas mensagens em redes sociais para checar quem estava atacando quem.
Apesar do pedido de “pacificação”, interlocutores do presidente da República admitem que o “clima segue tenso”. O presidente pediu, durante a reunião com os ministros, que o chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, procure líderes partidários para negociar a votação da reforma da Previdência. A orientação é mostrar que, se a reforma não for aprovada, será muito ruim não só para o governo, mas, principalmente, para o País e que isso geraria um cenário “grave” na economia brasileira.
Além de Bolsonaro e Onyx Lorenzoni, participaram da reunião desta segunda os ministros Augusto Heleno (Gabinete Institucional), Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo) e Paulo Guedes (Economia). Outro tema do encontro foram as reivindicações dos caminhoneiros.
Bolsonaro se mostrou preocupado com as reclamações da categoria, que no ano passado fez uma greve que praticamente parou o País, provocando desabastecimento de vários produtos, entre eles combustíveis. O presidente já orientou assessores a procurarem lideranças dos caminhoneiros para negociar as reivindicações dos trabalhadores.
Rodrigo Maia
O presidente da Câmara dos Deputados disse a aliados que a reforma da Previdência está “acima do governo” e que vai “blindar” a proposta. “Não tem a ver com governo dele, ministro, nada. É acima do governo dele, de ministros, de tudo. Vamos tocar”, declarou Rodrigo Maia. Ele conversou sobre o tema com aliados no último fim de semana.