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Por Redação O Sul | 4 de outubro de 2020
A Marcopolo, líder em produção de carrocerias para ônibus no Brasil e nas Américas, vai fechar sua fábrica em Xerém, Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Em meio a perdas geradas pela pandemia, a companhia explicou que está concentrando suas operações em menos unidades no país para reduzir custos e ganhar eficiência.
A produção da unidade fluminense será absorvida pelas fábricas de Caxias do Sul (RS) e São Mateus (ES). “A concentração das operações brasileiras em um número menor de fábricas vem contribuindo para a redução de custos e incremento da eficiência”, explicou a Marcopolo em comunicado ao mercado.
“As melhorias operacionais alcançadas nos últimos anos permitirão que as plantas remanescentes tenham capacidade suficiente para absorverem a recuperação de volumes à medida que os mercados se regularizarem, em um cenário pós-pandemia”, complementa a nota.
O fechamento da fábrica na Baixada Fluminense vai resultar na demissão de 800 funcionários diretos da Marcopolo no Estado do Rio, segundo informações. Questionada, a companhia não comentou se haverá demissões.
No primeiro semestre, a Marcopolo viu o lucro líquido despencar em 89,8%, para R$ 12 milhões. Efeito do tombo em produção e vendas no segundo trimestre deste ano em razão da pandemia.
Entre abril e junho, a produção do grupo no Brasil — que representa perto de 85% do total, considerando que a companhia atua em uma dezena de países — recuou em 45,7%, para 1.742 unidades, na comparação com igual período de 2019.
A unidade de Duque de Caxias foi adquirida pela Marcopolo em 1999, quando absorveu 50% do negócio fundado no Rio em 1955. No ano seguinte, assumiu a totalidade da fábrica, que tem perto de 75 mil metros quadrados de área construída em um terreno de 212 mil metros quadrados. A paisagem de Botafogo é cenário da imagem de abertura dos sites da companhia.
Em Xerém, a Marcopolo produzia unidades das linhas Torino, Viale BRT e Viale BRS. Essas duas últimas são fabricadas também na unidade de produção gaúcha do grupo. A Torino sai também da planta capixaba, em São Mateus, que passou por uma expansão em setembro.
A planta do Rio de Janeiro é especializada em ônibus urbanos com origem na antiga Ciferal, tradicional encarroçadora do Estado, fundada em outubro de 1955 pelo imigrante austríaco Fritz Weissman. Em maio de 1999, a Marcopolo comprou a parte da RJ Administração e Participações S.A. na Ciferal, correspondendo a 50% das ações. A RJ Participações era formada por cerca de 200 empresas de ônibus do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais. Em abril de 2001, a Marcopolo comprou a outra parte da Ciferal passando a controlar assim integralmente a companhia. O nome Ciferal, que era a sigla de Comércio e Indústria de Ferro e Alumínio, deixou de ser utilizado definitivamente em 2013, quando foi adotada a nomenclatura Marcopolo Rio.
Já a fábrica de São Mateus , no Espírito Santo, é bem mais recente, começando as atividades em 2014, para atendimento dos mercados das regiões Norte e Nordeste do País com os miniônibus da marca Volare, pertencente à Marcopolo S.A. Em 2019, foi oficializada a produção de ônibus escolares e também de carrocerias urbanas da Marcopolo para chassis de motor dianteiro.