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Saúde Entidade médica alerta para os riscos da maconha ao coração

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Especialistas ressaltam a importância de investigar mais a fundo os possíveis danos da cannabis à saúde cardiovascular. (Foto: Reprodução)

A American Heart Association (AHA, em inglês), entidade norte-americana dedicada à medicina cardiovascular, publicou nesta quarta-feira (5) um apelo aos cientistas de todo o mundo sobre a necessidade de estudar os efeitos da Cannabis no coração e nos vasos sanguíneos. O texto, compartilhado no periódico Circulation, argumenta que poucas pesquisas adequadas sobre o assunto foram feitas até hoje, dificultando a compreensão de como a maconha age no organismo.

Segundo os especialistas da AHA, embora a maconha possa ser útil para tratar condições como esclerose múltipla, ela não parece ter benefícios documentados para a prevenção ou o tratamento de doenças cardiovasculares. Na verdade, estudos preliminares apontam que seu uso pode afetar negativamente o coração e os vasos sanguíneos.

“Os profissionais de saúde precisam entender melhor as implicações para a saúde da Cannabis, que tem o potencial de interferir com medicamentos prescritos e/ou desencadear condições ou eventos cardiovasculares, como ataques cardíacos e derrames”, disse Robert Page II, membro da AHA, em comunicado.

As substâncias mais estudadas da Cannabis são o ácido tetrahidrocanabinólico (THC), responsável pelo efeito psicoativo da planta, e o canabidiol (CBD), utilizado como medicamento contra diversas doenças.

Segundo a AHA, estudos recentes contataram que 6% dos pacientes que tiveram ataque cardíaco antes de completarem 50 anos usavam maconha. Outra pesquisa indicou que usuários entre 18 e 44 tanos têm um risco significativamente maior de sofrer um derrame em comparação com quem não usa a erva. “Infelizmente, a maioria dos dados disponíveis são estudos de curto prazo, observacionais e retrospectivos, que identificam tendências, mas não provam causa e efeito”, afirmou Page.

Outras pesquisas indicaram que, mais ou menos uma hora após o consumo de maconha, o THC pode desregular o ritmo cardíaco, provocando condições como taquicardia, contração ventricular prematura, fibrilação atrial e arritmias ventriculares. O THC também parece estimular o sistema nervoso simpático, responsável pela resposta de “luta ou fuga”, resultando em aumento da frequência cardíaca, maior demanda de oxigênio, pressão sanguínea mais alta e disfunções na paredes arteriais.

Por outro lado, estudos com o CBD encontraram associações com frequência cardíaca reduzida, pressão arterial mais baixa, vasodilatação aumentada (capacidade das artérias de se expandir) e inflamação reduzida. Uma menor resposta inflamatória é vantajosa por minimizar o risco de aterosclerose, o entupimento das artérias que leva a quadros de infarto, por exemplo.

Como a Cannabis é consumida também pode influenciar o coração e os vasos sanguíneos. De acordo com os cientistas, fumar e inalar maconha já foi associado a cardiomiopatia (disfunção muscular do coração), angina (dor no peito), ataques cardíacos, distúrbios do ritmo cardíaco, morte cardíaca súbita e outras condições cardiovasculares graves.

“Muitos consumidores e profissionais de saúde não percebem que o fumo da Cannabis contém componentes semelhantes ao do tabaco”, disse Page. Segundo ele, já foi provado que fumar e inalar maconha, independentemente do teor de THC, aumenta em cinco vezes as concentrações de carboxihemoglobina no sangue (monóxido de carbono, um gás venenoso) e em três vezes o alcatrão (mistura de compostos derivada da queima de material orgânico presente em artigos fumáveis) – níveis semelhantes aos efeitos da inalação de um cigarro de tabaco.

O uso da maconha em cigarros eletrônicos, principalmente quando misturada com óleo de acetato de vitamina E, também preocupa os especialistas. A combinação está ligada à lesão pulmonar associada ao uso de cigarro ou vape, doença potencialmente fatal comum em quem usa esses artefatos. “As pessoas que usam maconha precisam saber que há riscos à saúde potencialmente graves ao fumar ou vaporar, assim como a fumaça do tabaco”, disse Rose Marie Robertson, coautora do texto publicado no Circulation.

Grupos de risco

A declaração também discute o uso de maconha entre adultos mais velhos, pessoas diagnosticadas com doenças cardiovasculares e outras populações de risco. Embora os mais velhos sejam os menos propensos a usar maconha, os que a fumam geralmente têm o intuito de reduzir a dor neuropática (comum em pessoas com diabetes tipo 2), melhorar a qualidade de vida e diminuir o uso de medicamentos controlados (incluindo opioides).

Além disso, benefícios para pacientes com doenças relacionadas à idade, incluindo Parkinson e Alzheimer, também já foram observados. Contudo, poucas pesquisas foram feitas sobre o assunto e os cientistas se preocupam que tanto o THC quanto o CBD possam interagir com outros medicamentos de uso contínuo, prejudicando os pacientes.

Por fim, o artigo destaca que pessoas diagnosticadas com doenças cardíacas devem usar a Cannabis com extrema cautela – e que é essencial informar o médico sobre o consumo da erva para evitar possíveis interações e efeitos nocivos.

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https://www.osul.com.br/entidade-medica-alerta-para-os-riscos-da-maconha-ao-coracao/ Entidade médica alerta para os riscos da maconha ao coração 2020-08-05
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