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Você viu? Fundada há 90 anos, em Porto Alegre, a Varig foi a maior da América Latina

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Equipe da Varig que transportou Seleção para a Copa de 2002. (Foto: Arquivo/AG)

Em 3 de fevereiro de 1927, uma aeronave Dornier Wal, de fabricação alemã, percorreu o trajeto entre as cidades de Porto Alegre e Rio Grande. O hidroavião Atlântico realizava o primeiro voo da Viação Aérea Rio Grandense, a Varig, que seria fundada oficialmente três meses depois, no dia 7 de maio, na capital gaúcha. Seu piloto era o criador e primeiro presidente da empresa, o alemão Otto Ernst Mayer, que havia chegado ao país em 1921.

De tamanho modesto inicialmente e operando apenas na Região Sul, a Varig realizou sua primeira expansão internacional em 1942, quando abriu uma linha para Montevidéu. A decisão foi tomada um ano após a renúncia de Ernst Mayer da chefia da empresa, que colocou o primeiro funcionário da empresa, Rubem Berta, na posição de liderança. Inspirado por uma bula papal de Leão XIII, Berta resolveu criar um modelo de ações para a empresa que perdurou até a sua falência nos anos 2000: o da fundação de funcionários. A partir daquele momento, a Varig passa a ser comandada como uma empresa controlada por seus empregados, por meio da Fundação Rubem Berta.

Nessa mesma época, a Varig atendia um de seus mais importantes clientes: o presidente Getúlio Vargas, que fazia viagens a partir de sua fazenda no interior do Rio Grande do Sul.

Durante as quase três décadas sob o comando de Berta, a Varig viveu uma era de prosperidade e realizou suas duas primeiras aquisições de grande porte. Um ano marcante foi 1959, quando fez parte da criação da Ponte Aérea Rio-São Paulo, ao lado da Vasp e da Cruzeiro do Sul, e acabou por entrar na era da aviação a jato. Em 1960, adquiriu seus primeiros Boeings, os 707. No ano seguinte, a Varig comprou uma de suas maiores concorrentes: o consórcio Real-Aerovias.

Poucos tempo depois, em 1965, com o país já sob a ditadura militar, seria a vez de absorver as linhas internacionais da Panair, então a mais prestigiosa companhia aérea brasileira.

A década de 60 consolidou a tradição da Varig como uma companhia aérea que atendia os grandes nomes da vida pública brasileira. Levou autoridades como JK, que segundo relatos era muito simpático e pedia para visitar a cabine, diferente de Jango, que seria mais quieto. O Papa João Paulo II também foi transportado em sua passagem pelo Brasil. JK, que segundo relatos era muito simpático e pedia para visitar a cabine, diferente de Jango, que seria mais quieto. Ernesto Geisel também viajou de Varig para a então Alemanha Ocidental em 1978.

O prestígio da empresa se refletia nas propagandas, com o famoso jingle “Varig, Varig, Varig”, um clássico da publicidade brasileira. Ainda assim, foi nessa década um dos maiores acidentes da história da empresa. Em 1973, o voo RG-820 teve de fazer um pouso forçado no Aeroporto de Orly, em Paris, por conta de um incêndio no banheiro. O acidente matou 123 pessoas e foi o estopim para regulações mais rigorosas sobre o uso de cigarros em aviões.

Os tempos de vacas gordas da empresa se mantiveram na primeira metade dos anos 80, com expansão acelerada. Tudo mudou durante o Plano Cruzado, a partir de 1986, no governo Sarney.

Com gestões turbulentas e dívidas, a companhia experimentou novas maneiras de se posicionar no mercado. Uma delas foi a entrada na Stars Alliance, em 1997. O crescimento da TAM e o surgimento da Gol, concorrentes diretas, além de uma administração ineficiente, má escolhas de investimentos paralelos e uma frota heterogênea, fizeram com que a Varig perdesse o posto de maior companhia aérea já nos anos 2000.

Em 2005, a situação se tornou insustentável, e levou a empresa a entrar com um pedido de recuperação judicial, na época uma novidade na legislação brasileira. A Fundação Rubem Berta chegou a ser afastada do comando.

Após longas negociações, compras, vendas e manobras políticas do governo e pressões das empresas de aviação, o resultado final foi a divisão da Varig em duas partes. A Nova Varig, que foi adquirida pela Gol por US$ 320 milhões, era composta da marca empresarial, aeronaves e boa parte dos funcionários, além de R$ 100 milhões em dívidas, e a Varig Velha, que manteve os passivos e a recuperação judicial, com uma dívida que totalizava R$ 7 bilhões em 2007.

Os aposentados e ex-funcionários da empresa viram um verdadeiro drama se instalar quando viram o recebimento de seus benefícios cair. Associados ao fundo de pensão Aerus, eles viram a companhia aérea diminuir as suas aposentadorias, em alguns casos recebendo apenas 8% do que contribuíram, até que, em 2015, voltaram a receber o valor integral. (AG)

 

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https://www.osul.com.br/fundada-ha-90-anos-em-porto-alegre-varig-foi-maior-da-america-latina/ Fundada há 90 anos, em Porto Alegre, a Varig foi a maior da América Latina 2017-08-04
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