Segunda-feira, 13 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 29 de dezembro de 2015
Os seis dedos que o goleiro Edson tem na mão esquerda já renderam muitas piadas com o atleta, hoje no Vila Nova (GO). Mas o jogador do clube goiano costuma mandar para escanteio qualquer tentativa de enquadrar o sexto dedo como algo constrangedor ou traumático. Ele mesmo acha graça das brincadeiras que costuma ouvir.
Sem bullying.
“Os adversários dizem que vão recorrer na CBF [Confederação Brasileira de Futebol] quando jogarem contra mim, falam que eu tirei a bola com o sexto dedo quando defendo um lance difícil. Às vezes também zoam perguntando se eu preciso de uma luva especial ou se cobram mais caro na manicure”, diverte-se o jogador. E completa: “Nunca me causou algum problema. O pessoal que não me conhece acha estranho, falam que eu uso em benefício próprio. Mas isso não me incomoda de maneira alguma. Nunca sofri bullying.”
Edson já nasceu com seis dedos na mão esquerda e poderia ter tirado um deles quando ainda era bebê, mas a mãe do goleiro recusou a oferta do médico. Hoje, ele nem pensa na hipótese. “É de nascença, quando eu nasci o médico perguntou pra minha mãe se ela queria que tirasse, mas ela não quis. Hoje, eu não tenho vontade nenhuma de tirar, até porque não me atrapalha, só veio pra me ajudar né”, acrescenta ele, que não sabe por que nasceu com seis dedos.
Sonho: ser atacante.
Ironicamente, não foram os dedos a mais nas mãos que o estimularam a seguir a carreira no futebol. Edson sonhava mesmo em perturbar a vida dos goleiros dos times adversários. “É aquela situação, todo goleiro quer ser um atacante”, entrega. “Mas aí eu vi que eu não tinha condições. Pensei: deixa eu ir para goleiro que vai dar resultado.”
Depois de iniciar a carreira no mineiro Democratas, de Sete Lagoas (MG), ele se transferiu para o Atlético-MG, em 2002. Foi reserva na época de Danrlei e Bruno. “Subi para o profissional em 2005, foi o Tite quem me levou”, recorda-se ele, citando o atual técnico do Corinthians. “Infelizmente nesta época os resultados não ajudaram muito e o Galo caiu. Tite não ficou até o final, mas é o melhor treinador com quem eu trabalhei até hoje.”
Foram sete anos no clube. Edson só passou a ser mais efetivo na série B, quando o time mineiro foi comandado por Levir Culpi. Depois, acabou defendendo outros dois “atléticos”. “Eu fui para o Atlético-GO em 2009 e fiquei até começo de 2011, quando fui para o Atlético-PR”, recorda-se. A sequência só seria quebrada quando, em 2012, foi contratado pelo Goiás.
Portas abertas.
Edson chegou ao Vila Nova no começo de 2015. O goleiro diz que já guarda o ano com um dos mais importantes da trajetória. “Foi diferente e, profissionalmente, foi o melhor ano da minha carreira. O Vila Nova me abriu as portas, me deu uma sequência para eu jogar o ano todo. E a gente foi campeão no acesso da Série C”, explica ele, que acaba de renovar com o clube, até o final de 2016.