Terça-feira, 21 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 3 de abril de 2016
O Palácio do Planalto passou os últimos dias negociando a reocupação de cargos antes exercidos por representantes do PMDB, que na semana passada deixou a base de apoio ao governo. A meta é atrair apoiadores de outras legendas que se comprometam a votar contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff na comissão especial da Câmara dos Deputados.
A reforma ministerial está em construção. E, por mais que os seis dos sete ministros peemedebistas insistam em ficar, a permanência de quase todos eles está com os dias contados.
Nas palavras do chefe de gabinete de Dilma, Jaques Wagner, “chegou a vez dos pequenos partidos, sempre deixados pra trás, devido ao fato de o PMDB ter os melhores ministérios”. Wagner ressalta que o governo transformou “um fator muito negativo [o rompimento do PMDB] em algo positivo”.
O Planalto rotulou de “repactuação” essa engenharia que vem sendo usada para barrar o processo de impeachment no Congresso Nacional. Com a ajuda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros conseguiram encerrar a semana com o apoio de dois nomes estratégicos no Senado: o presidente da casa, Renan Calheiros (AL), e Jader Barbalho (PA), ambos do PMDB.
Mas o governo ainda corre atrás de garantir fôlego na Câmara e as negociações com partidos menores seguem em um misto de desconfiança e expectativa. A oferta do Ministério da Saúde ao Partido Progressista desagradou o líder peemedebista Leonardo Picciani (RJ), promessa de voto contra o impeachment: foi dele a indicação do atual titular da pasta, Marcelo Castro. (AG)