Terça-feira, 21 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 20 de março de 2021
Seis pacientes, considerados casos muito graves, internados nas Unidades de Terapia Intensiva e Semi-intensiva, morreram.
Foto: Divulgação/Prefeitura de Campo BomApós a prefeitura de Campo Bom (Vale do Sinos) abrir sindicância sobre as mortes de seis pacientes internados com Covid no Hospital Municipal Lauro Reus, a instituição publicou em um comunicado negando que os óbitos tenham sido causados por falta de oxigênio. A Secretaria Estadual da Saúde (SES) e o Ministério Público (MP) também se manifestaram.
O incidente ocorreu na manhã de sexta-feira (19). “Com relação à informação sobre a falta de oxigênio a direção da unidade de saúde esclarece que no período entre 8h10min e 8h40min de sexta-feira havia 26 pacientes sob ventilação mecânica na UTI e no setor de emergência”, detalhou a direção do hospital.
“Em momento algum houve falta de oxigênio aos pacientes, devido à rápida ação da equipe assistencial, que acionou imediatamente o Plano de Contingência – em decorrência de uma instabilidade na rede central de distribuição de oxigênio que durou aproximadamente 30 minutos”, prosseguiu.
“Diante da gravidade geral da situação em nível mundial, e não diferente no Rio Grande do Sul, este hospital opera atualmente com capacidade próxima a 300 % acima da média”, acrescentou. “Considerando-se os fatos, foi imediatamente instaurada uma sindicância para verificar as possíveis causas da instabilidade.”
Na tarde de sexta-feira, a administração municipal de Campo Bom havia confirmado publicamente a ocorrência, mas salientou que ainda não se sabe se existe relação entre as mortes e o problema no equipamento. A nota oficial dizia o seguinte:
“Assim que a prefeitura soube do ocorrido, prontamente, por intermédio do prefeito Luciano Orsi, do secretário de Saúde João Paulo Berkembrock e da equipe técnica do hospital, colocou à disposição todo o auxílio possível para manter a oxigenação dos pacientes”.
“Foram enviados reforços da Samu e outros profissionais da saúde, entre médicos e enfermeiros, se deslocaram para prestar ajuda”, acrescentou o comunicado. “Além disso, foram providenciados carregamentos com mais cilindros de oxigênio como medida de retaguarda. Seis pacientes, considerados casos muito graves, internados nas Unidades de Terapia Intensiva e Semi-intensiva, infelizmente acabaram falecendo. O Hospital Lauro Reus já instaurou sindicância.”
Com a palavra, a SES
Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, todas as unidades hospitalares do Estado foram avisadas para que seja mantido estoque de oxigênio suficiente para uma semana. A nota divulgada pelo órgão ressalta:
“A SES teve conhecimento do fato ocorrido em Campo Bom e imediatamente acionou o hospital, que confirmou os seis óbitos, que teriam ocorrido devido a uma falha no sistema de distribuição de oxigênio, e não pela falta desse. Estamos oficiando o hospital neste momento para que tenhamos informações mais detalhadas do ocorrido.”
MP também se pronuncia
O Ministério Público do Rio Grande do Sul se manifestou sobre o caso, em nota assinada pela promotora Letícia Elsner Pacheco:
“Por meio da Promotoria de Justiça de Campo Bom, lamentamos profundamente a tragédia ocorrida na manhã de sexta-feira, solidarizando-se a prestar o atendimento e auxílio necessários, bem como informa a toda a comunidade que está em contato com as autoridades locais e envolvidos e instaurou expediente investigatório para acompanhar os fatos e a devida apuração de responsabilidade”.
(Marcello Campos)
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