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Saúde Identificadas 90 diferentes formas de proteína em tumores de mama

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A descoberta amplia o entendimento e abre caminho para o desenvolvimento de novos tratamentos ainda mais específicos. (Foto: Reprodução)

Pesquisadores brasileiros identificaram 90 diferentes formas de apresentação da proteína HER2 em tumores de mama, revelando uma complexidade muito maior do que se conhecia até então. A descoberta, publicada na capa da edição de setembro da revista científica Genome Research, amplia o entendimento e abre caminho para o desenvolvimento de novos tratamentos ainda mais específicos.

A proteína HER2 ocorre naturalmente no organismo e está presente em algumas células. Entretanto, quando aparece em excesso em determinados tumores, como os de mama, acelera a multiplicação das células cancerígenas. Por isso, ela se tornou alvo de tratamentos específicos que buscam bloquear sua ação. O novo estudo sugere que a proteína tem múltiplas versões e algumas delas conseguem escapar dos tratamentos atuais.

As terapias são desenvolvidas a partir da expressão padrão da proteína e se encaixam na estrutura para alcançar a célula. Quando esse encaixe falha, o remédio não consegue penetrar na célula. Uma metáfora recorrente para explicar esse encaixe é o da chave e da fechadura. Se não for usada a chave correta, a fechadura não se abrirá. “Essa produção de isoformas (diferentes formas de apresentação da estrutura da proteína) acaba funcionando como camuflagem para as células cancerígenas: muitas dessas versões diferentes não possuem a estrutura onde o tratamento se encaixa, permitindo, como nossos achados indicam, que as células tumorais escapem dessas terapias”, explica o médico Pedro Galante, principal autor do estudo e coordenador do Grupo de Bioinformática do Hospital Sírio Libanês. “Essa variabilidade ainda pouco explorada pode, em hipótese, contribuir para diferenças na resposta às terapias anti-HER2, especialmente aos anticorpos conjugados a drogas (ADCs)”, diz Gabriela Guardia, coautora do estudo. “Nosso trabalho ajuda a levantar essa possibilidade, que poderá ser investigada e validada em estudos futuros.”

Ao analisar amostras de mais de 500 pacientes com câncer de mama e modelos celulares resistentes às terapias, os pesquisadores perceberam que justamente as versões sem o ponto de ligação do medicamento (ou a fechadura) são mais presentes em células resistentes, apontando um possível novo mecanismo adaptativo do tumor.

Para o oncologista Carlos dos Anjos, coautor do estudo, entender os mecanismos de resistência às terapias é fundamental para o avanço da oncologia. “Apesar dos avanços no tratamento do câncer com terapias anti-HER2, ainda vemos pacientes que não respondem ou que deixam de responder ao longo do tratamento”, diz. “Nosso estudo propõe um possível novo mecanismo de resistência. Ao trazer essa hipótese à luz, esperamos contribuir para futuras pesquisas que possam validar esses achados e, quem sabe, no futuro, transformá-los em aplicações clínicas concretas.”

Para Pedro Galante, “mapear essa diversidade de isoformas ajuda a entender como o câncer se adapta às terapias e pode direcionar o desenvolvimento de medicamentos mais precisos – sejam terapias que ataquem especificamente essas variantes que escapam dos remédios ou tratamentos combinados para bloquear várias isoformas ao mesmo tempo”.

Ao submeterem o trabalho para a revista científica e serem informados de que havia a chance de ganharem a capa da publicação, os pesquisadores começaram a pensar em formas de ilustrar o trabalho. O oncologista Carlos dos Anjos lembrou-se imediatamente de uma paciente sua que vinha registrando as etapas de seu tratamento para um câncer de mama com desenhos publicados em redes sociais: Alice Barreto, de 36 anos.

“Eu falo para todo o mundo que a medicina me salvou do câncer, mas o desenho me salvou de mim mesma”, contou Alice. Ela aceitou o convite e criou uma imagem de Alice no País das Maravilhas com uma chave tentando abrir uma fechadura. “Essa conexão pessoal entre a artista e a equipe científica”, segundo o trabalho, “adiciona uma poderosa camada de significado à ilustração, que conecta ciência, cura e expressão artística”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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https://www.osul.com.br/identificadas-90-diferentes-formas-de-proteina-em-tumores-de-mama/ Identificadas 90 diferentes formas de proteína em tumores de mama 2025-09-05
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