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Geral Índia vira país mais populoso do mundo nesta sexta

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Mulher segura criança em Vijaynagar, na Índia. População do país deve superar a China. (Foto: Prashanth Vishwanathan/UNICEF)

Em algum momento nesta sexta-feira (14), segundo projeções da ONU (Organização das Nações Unidas), a Índia atingirá a marca de 1.425.775.850 habitantes. O número, uma estimativa a partir de padrões de crescimento demográfico, é significativo e transforma o país do Sul da Ásia no mais populoso do planeta, superando a China.

Uma série de outras projeções, de órgãos como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, considera também que o novo recorde demográfico acompanha uma mudança profunda que se desenha para as próximas décadas: a ascensão de uma potência de peso econômico crescente e em busca de seu lugar no mundo. À sombra da disputa entre Washington e Pequim, a Índia já vem buscando posicionar-se como um terceiro ator global.

O contexto internacional parece propício: Nova Délhi quer oferecer algo como uma terceira via em um mundo conturbado e a caminho do que muitos enxergam como uma nova Guerra Fria. Entre outras coisas, servirá em 2023 como presidente do G20, o fórum no qual as principais economias do planeta se reúnem; e tem a vontade declarada do governo de aproveitar a oportunidade para ditar o ritmo e influenciar questões internacionais.

A 5ª maior economia

Narendra Modi, o primeiro-ministro nacionalista do país, deu o tom desse projeto geopolítico no ano passado, quando o produto interno bruto (PIB) da ex-colônia britânica superou o do Reino Unido e ela se tornou a quinta maior economia do mundo:

“Deixamos para trás aqueles que nos governaram por 250 anos”, afirmou. “Não vamos parar agora.”

As expectativas são altas. Em um ano marcado pelo pessimismo e com as economias rachadas por turbulências de todos os tipos, “a Índia continua sendo um ponto positivo”, disse Pierre-Olivier Gourinchas, diretor de análise do FMI, apresentando o relatório Perspectivas Econômicas para 2023. Ao lado da China, a Índia será a locomotiva do planeta este ano: juntas contribuirão com 50% do crescimento mundial. Grandes corporações, como a Apple, começaram a transferir parte de sua produção para o país. O Banco Nacional da Índia acredita que a nação sul-asiática se tornará a terceira maior economia do planeta em 2029.

“Muitos já disseram que é a década da Índia. Sinceramente, acho que é o século da Índia”, disse Bob Sternfels, CEO da consultoria McKinsey em entrevista no ano passado.

Entre seus argumentos, ele usou a população: o país, disse ele, está a caminho de se tornar um polo industrial e até 2047 a expectativa é de que 20% dos trabalhadores do mundo sejam indianos. Alguns analistas indianos consideram que, de fato, chegou o momento do salto.

“Enquanto a China já enfrenta uma crise demográfica, a Índia está colhendo um dividendo demográfico”. diz Brahma Chellaney, professor de Estudos Estratégicos do Centro de Pesquisa Política, com sede em Nova Délhi.

A idade média, diz ele, é de cerca de 28 anos, o que torna o país um dos mais jovens do mundo — nos EUA, a média é de 38 anos, e na China, de 39. E esta população “está conduzindo um rápido crescimento econômico, contribuindo para o auge do consumo e impulsionando a inovação, evidenciada pelo desenvolvimento de uma economia da informação de nível mundial”, avalia.

O processo já dura algum tempo. Em seu livro “As novas Rotas da Seda”, o historiador Peter Frankopan apontou que “a expansão espetacular da classe média indiana nas últimas três décadas continua hoje em um ritmo extraordinário. Embora alguns economistas apontem que a distribuição de riqueza na Índia é altamente desigual e são os ricos que se beneficiam desproporcionalmente, é revelador o fato de que o número de famílias com uma renda disponível de mais de US$ 10 mil por ano aumentou em dois milhões em 1990 para 50 milhões em 2014”.

Esses dados já são antigos, mas seguem significativos. Há outros mais atuais: o gasto do consumidor final mais que dobrou na Índia desde 2010, chegando a US$ 2,25 trilhões em 2021, segundo o Banco Mundial. Chellaney aponta que o desafio é “aproveitar ao máximo” custos trabalhistas relativamente baixos e o crescente interesse das empresas ocidentais em transferir a produção da China para se tornar “uma potência industrial”.

Esse interesse cresceu durante a pandemia frente à política de Covid zero adotada pela China, que manteve suas fronteiras externas praticamente fechadas por três anos. Também se somam os atritos com os EUA e o receio de um conflito em Taiwan.

“As empresas não estão saindo do gigante asiático, mas estão se diversificando: o investimento que poderia ir para a China está indo para outros lugares”, diz Bettina Schoen-Behanzin, vice-presidente da Câmara de Comércio da União Europeia na China. As informações são do jornal O Globo e de agências internacionais de notícias.

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