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Mundo John McCain: herói de guerra e um dos políticos mais respeitados dos Estados Unidos

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O senador John McCain morreu na noite de sábado (25) aos 81 anos. (Foto: Reprodução)

Um dia após anunciar que desistia do tratamento contra o câncer cerebral que o afligia há um ano, o senador John McCain morreu na noite de sábado (25) aos 81 anos. Herói de guerra, candidato à Presidência em 2008 e uma espécie de consciência crítica do Partido Republicano – se opôs a políticas de Donald Trump e de George W. Bush que considerava em desacordo com as tradições liberais americanas –, era um dos políticos mais respeitados dos Estados Unidos. As informações são do jornal O Globo.

A história de McCain foi definida pela Guerra do Vietnã, onde passou cinco anos e meio como prisioneiro de guerra, o que o tornou um herói militar. Sua experiência no país do Leste asiático, onde durante muito tempo foi mantido em confinamento solitário, o tornou um opositor firme da tortura de suspeitos de terrorismo, quando a prática foi adotada depois do 11 de Setembro pelo governo de George W. Bush.

Filho e neto de almirantes, John McCain nasceu no Canal do Panamá em 1936. Entrou na política em 1982 e foi muito respeitado por correligionários e opositores, sendo classificado como um “maverick”, apelido dado a políticos independentes e com voz própria.

Por 36 anos representou o Arizona no Congresso, primeiro como deputado e depois como senador, onde apareceu pela última vez em 7 de dezembro, em cadeira de rodas. Nesta última fase, foi um dos nomes mais críticos a propostas consideradas populistas de Donald Trump, a ponto de muitos verem em sua figura o verdadeiro “líder da oposição”. McCain nunca apoiou o magnata, que chegou a afirmar que não respeitava “prisioneiros de guerra”, em um dos episódios que mais estranheza gerou dentro do partido em relação a Trump.

Na sexta-feira, sua família anunciou que ele deixaria de tratar seu câncer. “No ano passado, John superou as expectativas de sobrevivência. Mas o progresso da doença e o avanço inexorável da idade dão seu veredito. Com sua força de vontade habitual, ele agora decidiu descontinuar o tratamento médico”, afirmou o comunicado assinado pela família do senador. “Nossa família é imensamente grata pelo apoio e carinho de todos os seus cuidadores ao longo do último ano, e pelo envio constante preocupação e carinho de muitos amigos e associados de John, e os muitos milhares de pessoas que estão mantendo-o em suas orações. Deus abençoe e agradeça a todos.”

Em um tom de despedida, McCain postou uma mensagem de agradecimento no Twitter no fim da manhã de sábado: “Minha família está profundamente agradecida por todo o amor e generosidade que você nos mostrou durante o ano passado. Obrigado por todo seu apoio contínuo e suas orações. Nós não poderíamos ter chegado tão longe sem você – você nos deu força para continuar”, escreveu aos cidadãos americanos. Foi sua última mensagem na rede social. O senador descobriu o câncer em julho de 2017, após a retirada de um coágulo sobre o olho esquerdo.

McCain tornou-se mundialmente famoso ao disputar as eleições americanas de 2008, quando acabou derrotado por Barack Obama. Na época, segundo especialistas, ele previu a força da nova direita no partido ao escolher Sarah Palin, então governadora do Alasca e considerada uma política radical, como sua candidata a vice-presidente.

Mesmo estando fora dos planos do partido para a disputa de 2012, se manteve como uma poderosa força de oposição ao governo de Barack Obama. Mas, moderado e independente, não seguiu automaticamente a radicalização do Partido Republicano, que parou o governo por falta de acordo sobre o Orçamento e deixou o país com um membro a menos na Suprema Corte.

“Compartilhávamos, apesar de todas as nossas diferenças, uma fidelidade a algo maior: os ideais pelos quais gerações de americanos e imigrantes lutaram, marcharam e se sacrificaram igualmente. Nós víamos este país como um lugar onde nada é impossível”, disse Obama em nota de pesar.

Formado na Guerra Fria, McCain manteve uma linha dura em relação à Rússia depois do fim da União Soviética. Em julho, ele criticou o presidente Trump por não tomar uma posição mais dura em relação ao presidente russo, Vladimir Putin, na cúpula de Helsinque, criticando o desempenho do presidente como “vergonhoso” e a própria cúpula como um “erro trágico”. No mês anterior, McCain criticou as políticas comerciais de Trump, dizendo a aliados após a cúpula do G7 que “os americanos estão com vocês, mesmo que nosso presidente não esteja”.

Considerado leal e digno, recebeu na noite de sábado condolências do desafeto Donald Trump nas redes sociais: “Minhas mais profundas simpatias e respeito vão para a família do senador John McCain. Nossos corações e orações estão com você!”, escreveu o presidente no Twitter.

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https://www.osul.com.br/john-mccain-heroi-de-guerra-e-um-dos-politicos-mais-respeitados-dos-estados-unidos/ John McCain: herói de guerra e um dos políticos mais respeitados dos Estados Unidos 2018-08-26
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