Geral Juiz americano autoriza volta ao Brasil de adolescente barrado nos Estados Unidos
Por Redação O Sul | 18 de agosto de 2017
O Itamaraty informou na tarde desta sexta-feira (18) que o adolescente Vitor Fraga, detido em um abrigo dos Estados Unidos desde o último dia 9 ao tentar entrar no país, recebeu uma autorização de um juiz de imigração para voltar ao Brasil. De acordo com o órgão, o jovem deverá ficar retido no abrigo até a próxima semana, quando deverá retornar ao Brasil. Morador de Niterói, Vitor, de 15 anos, viajou com visto de turismo, mas estava matriculado em uma escola pública dos EUA. Ele foi impedido de prosseguir viagem, assim que chegou ao aeroporto de Houston, no Texas, onde faria conexão, por não apresentar o documento adequado.
O Itamaraty ressaltou que o caso não fica registrado como deportação, mas como um “retorno voluntário”, embora o jovem seja obrigado a deixar o país. O órgão explicou que, em uma próxima viagem, ele poderá entrar nos EUA, se estiver com o visto correto. Os agentes de imigração deverão recolher o menino do abrigo nos próximos dias e levá-lo ao aeroporto para que viaje junto com o pai, que está em Chicago.
Vitinho, como é conhecido pelos amigos, está em um quarto com três adolescentes refugiados do Senegal. Teve que entregar seus pertences, inclusive a roupa do corpo, e vestir uniforme. Tomou nove vacinas e precisa seguir regras rígidas: levanta cedo, arruma o quarto, estuda e faz três refeições por dia. Não pode sair do abrigo sem autorização, nem tem acesso à internet. Rotina já experimentada, só neste ano, por outros 37 adolescentes brasileiros, sendo que oito deles, além de Vitinho, ainda permanecem detidos, segundo dados do Itamaraty. O órgão disse que acompanha o caso desde a quinta-feira (10) e que já está em contato com as autoridades americanas para libertá-lo.
Hospedado em um hotel em Chicago, o pai de Vitinho, Renato Fraga, que trabalha com comércio exterior, viajou para os Estados Unidos assim que soube do problema com o filho. Ele contou nesta semana ao jornal O Globo que tenta agilizar toda a documentação necessária para libertar o filho, comprovando que o garoto pode retornar ao Brasil porque tem família e condições financeiras.
Vitinho viajava com a avó e carregava uma autorização dos pais para viajar desacompanhado. A madrinha do adolescente, que mora nos Estados Unidos, foi quem matriculou o menino na escola. O pai nega que o filho tenha ido com a intenção de permanecer no país. Disse que iria somente passear e fazer algumas aulas de inglês até o dia 3 de setembro. Mas uma pessoa próxima à família contou que o menino realmente tinha planos de ficar por mais tempo.
“Ele tinha intenção de ficar com a madrinha que mora lá. Foi com a avó, que iria ficar um mês com ele. Se achasse que era isso mesmo, poderia ficar para estudar na escola pública. Era uma forma de estudar inglês sem precisar pagar. A grande verdade é essa, mas nunca imaginamos que isso fosse acontecer”, afirmou. (AG)
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