Sábado, 11 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 13 de maio de 2017
A Justiça italiana condenou a 16 anos de prisão Francesco Schettino, o capitão do navio Costa Concordia que naufragou em 2012, em Giglio, na Toscana (Itália), causando na morte de 32 pessoas. Apelidado de “capitão covarde”, Schettino estava ao leme do navio de cruzeiro quando a embarcação se chocou contra uma pedra de granito. A batida provocou um rombo de 70 metros no casco do navio, que começou a afundar.
Ele deixou o navio apenas três horas após o naufrágio, quando várias pessoas ainda tentavam desesperadamente chegar a terra firme, não cumprindo com a norma que exige que o capitão seja o último a abandonar o barco em caso de emergência.
Schettino foi condenado em primeira instância em fevereiro de 2015 por homicídio, naufrágio e abandono da embarcação, em um julgamento iniciado em julho de 2013 no tribunal de Grosseto, na Toscana. O capitão permaneceu em liberdade durante todo o processo de apelação, que foi finalizado nesta sexta-feira.
Em sua defesa, afirmou que ajudou a coordenar a evacuação do cruzeiro depois de chegar em solo, mesmo tendo sido ordenado a voltar ao navio por telefonema em uma frase que virou famosa “Vada a bordo, cazzo” — em que recebia ordens de autoridades, em linguagem vulgar e irritada, para voltar imediatamente a bordo.
Em depoimento de 2012, Schettino reconheceu que na noite de 13 de janeiro daquele ano havia chegado perto de Giglio para homenagear o maitre do navio e o ex-comandante Mario Palombo, nascidos na ilha. Entretanto, afirma que mesmo que não fizesse isso por eles, teria tido a mesma atitude, porque é algo “habitual”. Quando questionado se a manobra estava planejada desde a partida da embarcação, respondeu: “Sim, estava planejada, até porque já deveríamos tê-la feito na semana anterior, mas não foi possível porque o tempo estava ruim”, declarou. (AG)