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Colunistas Lembranças que ficaram (30)

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Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Fomos parte dos anos dourados…

Desde 1957 morando e estudando em Porto Alegre, enquanto solteiro, tive muitos amores e já alguns romances mais ou menos do tipo “temporadas” e significando mais coleguismo, companheirismo e companhia, queridas moças que lembro alguns nomes e imagens. Sem saber quando iria acontecer o encontro definitivo, sempre fui sincero antevendo a possibilidade de, de repente, encontrar a eleita para a vida.

Encontrei e em Setembro de 1960 me casei com a minha até hoje arrebatadora paixão… (há 64 anos, 3 filhos, 5 netos e um monte de queridos amigos) mas até ali vivi com entusiasmo e emoção o que depois foi chamado (e a gente nem sabia que estava vivendo) os “Anos Dourados”… Nesse tempo eu conhecera no Rio, na boate Arpége, o inolvidável Waldyr Calmon, um deus da noite carioca, dedilhando seu ‘Steinway’ de cauda longa e era e foi por muito tempo ainda, o suprassumo do requinte e da qualidade de diversão à noite… e a noite carioca estava no auge do sucesso e da frequência…

Em Porto Alegre, na noite, nos bailes e boates brilhava quase com exclusividade o Conjunto Melódico Norberto Baldauf e crescia dia a dia a paixão do público e dos ouvintes pela voz calorosa, romântica e cheia de amor de Edgar Pozzer. Pra vocês terem uma ideia de quanto era o prestígio do Edgar nessa época, aconteceu que uma ocasião o Norberto Baldauf foi contratado para um baile (de gala) em Curitiba. Na última hora, por razões de saúde e prejuízo na voz, o Edgar não pode ir. Como faz como não faz? O Norberto levou a Elis Regina. (imagina só). Ele quase apanhou e por pouco não o pagaram. “Nós queremos o Edgar… quem é Elis Regina”?… (veja como são as coisas). A Elis, que tão cedo nos deixou, foi aos píncaros e até hoje ainda ninguém cantou tão bem quanto ela. O Edgar Pozzer embora instigado a ir ao eixo Rio-São Paulo, preferiu ficar por aqui e ao som de sua melodiosa voz, nos bailes da Casa do Estudante da Riachuelo, dos bailes da Engenharia, do Direito e dos inesquecíveis bailes do ‘padrinho’ de muitos casamentos e testemunha de muitos amores e romances encerrados, o histórico baile “da Reitoria”. Norberto Baldauf e Edgar Pozzer eram adorados e brilhavam sozinhos na noite de Porto Alegre… E eu ‘coloninho’ de Ijuí, junto com o Mário Matte e com o Hardy Jost também de Ijuí, aqui estudávamos no então Colégio Padrão do Estado, o prestigiado e disputado “Julinho”, Colégio Estadual Júlio de Castilhos (hoje não mais e bem longe disso) e morávamos juntos num apartamento na muito querida e saudosa Travessa Ferreira de Abreu (uma espécie de extensão da prestigiada rua Augusto Pestana) e vivemos e desfrutamos ‘tudo o que deu’ desse memorável e inolvidável tempo… Que bela recordação de minha vida trago em meu peito até hoje… O Mário fez Medicina, o Hardy fez Geologia e eu fiz Direito e que cada um tomou seu rumo e hoje todos 3 com mais de 80 anos, vivemos o Hardy em Brasília, o Mário em Santa Maria e eu em Porto Alegre. Todos três com uma bonita história de vida…

Mas o destino, as vicissitudes, a ação do tempo, age inexoravelmente sobre tudo, inclusive e especialmente sob o ser humano. O Edgar Pozzer que por anos encantou com sua linda voz e canções italianas todos os que frequentaram o mais querido e longevo Pub de Porto Alegre, – o Girasole – já nos deixou. O Hardy, Professor Emérito, PhD, geólogo, única pessoa que conheci na vida que tem seu nome registrado no livro “Who is Who in the World” (Quem é Quem no Mundo”) acometido de mal súbito, também já foi e o Mário Matte, médico angiologista em Santa Maria por razões neurológicas, aposentou-se. Eu, apesar de estar “com a cabeça” e memória perfeita (graças à Deus), fiquei baixo, gordo, barrigudo, careca e hipertenso, mas ainda assim ‘feliz da vida’ aos 85 anos. Ainda gosto de Boleros.

Soubemos viver intensamente os Anos Dourados – 1955 a 1965.

(Luiz Carlos Sanfelice, advogado, auditor – lcsanfelice@gmail.com)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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